O chato

Não há novidade em dizer que o mundo está cheio de gente chata. Podem estar ao seu lado, na sua própria casa. São encontrados nos ambientes de trabalho, círculos religiosos, em escolas e bares.

Um sério agravante é que o mundo moderno potencializou a ação desta “classe”. Com acesso à informação e facilidade de comunicação, tornaram-se mais danosos do que “fogo morro acima”. Como agravante, a tecnologia,deu-lhes “garras” maiores e mais potentes.

As mídias sociais, de forma muito especial, são o seu território preferido. Basta que alguém escreva “vermelho” que aparece um chato para escrever “azul”. O jogo é entre Brasil e Peru, aparece outro para discutir sobre o péssimo gramado da Arena (aquela que não é do Grêmio). Se alguém reclama do quanto o atual governo se mostra desnorteado, lá está o chato pra falar do Lula. O “Pedro” escreve sobre “teoria A”, lá vem o chato registrando um compêndio sobre as vantagens da “teoria B”.

O chato não tem “freio”? Tem, mas não consegue usar. Sua euforia torna seus dedos muito mais rápidos que seu cérebro. Quem sabe, “um pingo de noção”? Nem pensar. Empatia, então? Mas é claro que não. É um narcisista por natureza.

Uma característica interessante sobre este “tanto” de “espaço” de que necessitam: é por faltar-lhes profundidade! Chatos são parasitas de superfície.

Não são raras as semelhanças entre os “humanus chatus” e o pequeno inseto Phthirus púbis (o piolho-da-púbis). Provoque sua mente e compare:
Sua forma é “espalhada”. Acomoda-se em “regiões íntimas”. Provoca “fortes irritações”. Só é notado “no outro”. Sua estrutura é preparada para “sugar o sangue”. É “brilhante”, mas “transparente”.

Tão idênticos que não precisei diferenciá-los.
A mitologia grega ensina que o maior horror de Hades (o deus do submundo) é o sangue. Uma única gota de sangue, caída sobre seus domínios, seria o suficiente para trazer à vida inúmeras almas. Então, se você ainda está se perguntando sobre qual seria a razão pela qual o chato é chato, aí está uma boa metáfora mitológica: ele necessita do “sangue” alheio. Isto lhe traz um pouco de vida à alma.

A natureza é sábia em seus desígnios. Diz um ditado popular que “a gente sempre levanta melhor do que cai”. Logo, é possível pensar que os chatos cumpram um papel essencial (não que isto torne-os menos irritantes). Eles também servem para lembrar que precisamos “nos coçar”. Querendo, ou não, todo incômodo exige movimento. E esta é uma condição humana: movimento, para transformar-se e evoluir.

Paz e bem!

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