Rolando Lero

Ser um gestor público não é mesmo fácil. Reconheço. Entretanto, há problemas mais simples e outros mais complexos de serem resolvidos. Quando os primeiros se confundem com os segundos, algo está errado. Muito errado.

Viabilizar o metrô para Porto Alegre é complexo. Recursos bilionários, financiamentos internacionais, prazos, etc. Sem dúvida que a mobilidade urbana é algo essencial no planejamento de qualquer cidade, mas entendo que o assunto não se resolva assim em um estalar de dedos. É preciso bem mais que vontade política.

Enfrentar os desafios da segurança pública no país é extremamente complexo. Há questões sociológicas, legais, culturais. É preciso investir mais e melhor em policiamento, presídios, tecnologia e ir muito além de discursos populistas.

Agora, resolver a travessia da ERS 287 não pode ser tão difícil. Há quantos anos os moradores dos bairros Santo Antônio e Panorama reclamam da dificuldade de cruzar a rodovia para chegar ao centro de Montenegro? Quantos acidentes já ocorreram? Quantas crianças diariamente atravessam a via correndo riscos? Vamos esperar uma tragédia?

A comunidade já protestou, reclamou, foi ouvida. Ou fingiram que ouviram. Afinal, reuniões e promessas foram tantas que, talvez, até superem em número a quantidade de acidentes no local, e não foram poucos. O secretário dos transportes do RS diz que nem sabe se há projeto para instalação de semáforos pela prefeitura e que a ideia é agendar uma reunião para apresentar um outro projeto, de rótulas no local. Não pode ser tão difícil. E nem tão demorado. Quanto tempo vai levar para inaugurar as tais rótulas?

Não pode ser tão difícil. E nem tão caro. Um Estado não pode ser incapaz de resolver um problema deste tamanho, agindo com tanta letargia e procrastinação.Ninguém mais aguenta esses discursos vazios. Rolando Lero era aquele personagem da Escolinha do Professor Raimundo que enrolava por não saber a resposta. Na televisão era engraçadíssimo. Na política, é de chorar.

Últimas Notícias

Destaques