Nenhum período histórico registra tantas mudanças em tão pouco tempo como hoje. Estamos ansiosos, estafados e estressados pela incapacidade de acompanhar o ritmo da evolução das coisas. Coisas essas criadas por nós mesmos, afinal, por mais robotizada e cercada de algoritmos que seja, toda a tecnologia começa nas nossas mãos e de um processo evolutivo constante. De certa forma, estamos nos tornando escravos de nós mesmos. Reféns do que construímos.
Antropólogos, filósofos e sociólogos já se debruçaram sobre os conceitos Darwinistas acerca da capacidade de adaptação do homem ao contexto onde habita. Mas há uma outra capacidade que todos temos e exercitá-la pode ser um processo doloroso, exaustivo, contudo, gratificante e engrandecedor. Falo de reinvenção. Dado todo esse conjunto de mudanças em turbilhões, empresas pequenas ou grandes precisam repensar constantemente seus negócios e modos de fazer as mesmas coisas. E é tudo just in time. Agora. Os planejamentos são revistos a toda hora.
Não é diferente na vida de cada um. Reinventar-se requer ruptura, quebra e uma certa tensão. Não é um processo tranquilo mesmo. Não há cortes profundos sem sofrimento. Entretanto, o tempo, que tanto falta nestes dias atribulados, é o maior responsável pela cicatrização das feridas e a volta dos dias de calmaria. Não é fácil. Reinventar-se é para corajosos. Se os mesmos caminhos só podem levar aos mesmos lugares, construir novas estradas e pontes pode ser a única alternativa.
A reinvenção exige autoconhecimento. Saber onde se quer chegar. Ter convicção é importante. Ouvir as pessoas certas pode ser libertador. Preocupar-se em demasia com o que pensa a maioria só faz procrastinar e adiar a tomada de decisões inevitáveis. Uma vez mais, é questão de tempo. Reinventar-se pode ser triste e pode ser alegre. E pode ser os dois. Reinventar-se é uma tentativa de ser feliz.