Direito de escolha

Sou um democrata incorrigível. Gosto de eleições, de campanhas, de debates, de divergências, da troca de ideias. De ganhar e de perder. Não há discurso capaz de me convencer da necessidade e justificativa de regimes totalitários. A mim, não. Seja nos governos militares da América Latina do século passado, na Cuba Castrista, na União Soviética de Stálin ou na Itália de Mussolini. Ditadura não tem viés de direita ou esquerda. Se equivale no cerceamento de garantias individuais, na negação aos direitos humanos e no tolhimento do livre pensar. Quem impõe ideias à força jamais terá legitimidade alguma para governar. Muito menos a admiração de seu povo.
Muito se discute sobre o voto obrigatório no Brasil, o que não deixa de ser bastante confuso. Lutamos tanto por um direito que virou obrigação. Aos 16 anos, um jovem aqui não pode dirigir, não é maior de idade, mas está apto a decidir nas urnas o futuro da cidade, estado e país onde mora. Os defensores do voto facultativo entendem que a democracia se fortaleceria na medida em que as pessoas apenas votariam sob motivação de efetivamente participar do processo. De outra forma, os que sustentam a obrigatoriedade avaliam que a compra de votos cresceria exponencialmente com a atração de eleitores que teriam que ser seduzidos de alguma forma para as zonas eleitorais.
Os processos de escolha facultativa demonstram que estamos muito distantes de uma compreensão da importância da participação popular. Recentemente, os resultados da Consulta Popular evidenciaram a presença ínfima de votantes no destino de parte do orçamento público para aplicação de recursos na região. Há ainda a dúvida se a população tem condições de votar em assuntos mais técnicos, como a privatização de estatais gaúchas, prevista até há pouco na constituição estadual. Ou a descrença de votantes (como eu) que participaram de uma consulta sobre onde seria instalado o centro administrativo em Montenegro. Como depende da vontade de governos e não está previsto em lei, não havendo obrigatoriedade, neste caso sim, meu voto não valeu nada.
Daqui a 8 dias, no domingo, 6 de outubro, teremos eleições para Conselheiros Tutelares na região. O voto não é obrigatório. Entretanto, é uma boa oportunidade para fazer alguma coisa pelas crianças e adolescentes, em especial os que mais precisam do amparo do Estado. São os conselheiros que vão zelar pela integridade, segurança e condições dignas para os menores. Participe. Procure saber quem são os candidatos no site da prefeitura, www.montenegro.rs.gov.br, e faça a sua escolha. Exercer o direito de votar é um ato de cidadania.

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