estreia para contar os últimos truques de lendas do ilusionismo
O homem sempre se interessou fortemente pelo sobrenatural. Com o passar do tempo, criou-se um ramo no entretenimento responsável unicamente por instigar esse desejo. Mágicos e ilusionistas utilizam-se de truques cuidadosamente planejados para deixar a plateia boquiaberta, mas não é tão incomum algo sair fora do planejado e ocorrerem mortes durante as apresentações. Se um desses truques fatais já é perigoso, imagine uma temporada inteira deles. Para quem quiser ver um ilusionista constantemente arriscar sua vida, chega à Netflix a série “Mágica Mortal”.
A série, com estreia marcada para o dia 30 de novembro, irá acompanhar o ilusionista Drummond Money-Coutts na tentativa de recriar truques que mataram alguns dos mágicos mais famosos do mundo, diante de uma plateia improvisada. Como na realização de alguns deles o protagonista pode realmente falecer, a pessoa que participar de alguma das ilusões tem que assinar um termo que a exime de responsabilidade no caso de algum incidente fatal. Se a chance de algo dar errado em um truque já é grande, realizar 24 deles em uma temporada mercece, no mínimo, um atestado de insanidade.
Em acréscimo às releituras dessas performances, Coutts ainda explora a morte de cada mágico quase que de uma forma documental, visto que cada apresentação é feita no local onde ocorreu a fatalidade. Com isso, os entusiastas por mágica não só se entretêm com as apresentações como também podem conhecer melhor a história por trás de cada truque e cada ilusionista falecido.
Drummond Money-Coutts explora uma ironia interessante, visto que muitos mágicos morreram por tentarem se imortalizar como lendas do ramo. Além disso, como o protagonista está constantemente desfiando a morte, não existe uma certeza de mais temporadas. Inclusive, pode ser que um dos episódios da série “Mágica Mortal” seja o último truque de Coutts.
Link para o trailer de “Mágica Mortal”: https://www.netflix.com/br/title/80191074
Revolução tardia
Primeiro original polonês da Netflix retrata a Guerra Fria nos anos 2000
Com a ascensão dos Estados Unidos e da União Soviética como potências mundiais no período subsequente à Segunda Guerra Mundial, o planeta Terra se dividiu entre ideologias político-sociais de caráter antagônicos: o capitalismo e o socialismo. Por quase meio século, esses dois países se enfrentaram indiretamente em confrontos internacionais, como a Guerra das Coreias, do Camboja e do Vietnã. Porém, foi na Europa que esse dualismo se mostrou mais intenso, com a repartição do território alemão e o racha entre leste e oeste através da Cortina de Ferro. Nesse contexto, a Polônia, que estava sob domínio da URSS, conduziu uma vitoriosa revolução popular capaz de expôr os primeiros sintomas de decadência do bloco. Mas e se o movimento tivesse fracassado, será que a Guerra Fria permaneceria viva até hoje?
Com estreia marcada para o dia 30 de novembro, a nova produção original da Netflix, “1983”, se apoia nesse conceito para retratar um fictício ataque terrorista que interrompeu a libertação polonesa e, consequentemente, a queda da União Soviética. Passados vinte anos do fatídico acontecimento, um estudante de direito idealista e um investigador policial em ostracismo, Kajetan (Maciej Mussial) e Anatol (Robert Wieckiewicz), acidentalmente se veem envolvidos numa conspiração nacional que mantêm a Polônia sob um regime estatal autoritário. Agora, após duas décadas de paz e prosperidade, as figuras mais poderosas do país orquestram um plano que irá transformar completamente a vida de todos, não só do território polonês, mas do mundo. Dessa forma, a simples existência desses dois homens representa uma real ameaça para o governo instituído. Afinal, o conhecimento que carregam é mais que o suficiente para iniciar um verdadeiro levante popular.
Ao explorar a ficção dentro de um dos eventos mais conhecidos da história contemporânea fora da perspectiva norte-americana, “1983” dá continuidade ao processo de descentralização do conteúdo original Netflix, encabeçado por séries como “Dark” e “La Casa de Papel”. E assim, a plataforma de streaming norte-americana constrói um catálogo mais amplo e eclético.
Link para o trailer de “1983”: https://youtu.be/UAH9Jc4mxTY
Anjos da noite
Em meio a polêmicas, dia 30 estreia na Netflix “Baby”, uma produção original que explora o mundo da prostituição de menores na Itália
Dia 30 de novembro estreia “Baby”, uma nova produção original da Netflix em seis episódios. A série italiana, terceira da plataforma, acompanha a vida de estudantes romanos e aborda desde temas como pressão familiar, amor proibido e autodescobrimento até prostituição de menores e tráfico sexual. A produção é inspirada em fatos reais; o próprio nome da série remete ao escândalo “Baby Squillo”, que chocou a Itália em 2014, quando se descobriu um esquema de prostituição de garotas entre 14 e 16 anos que envolvia advogados, empresários e até Mauro Floriano, ex-policial e marido de Alessandra Mussolini (neta do ex-ditador fascista Mussolini). As jovens eram contratadas para entreter clientes importantes em festas em troca de dinheiro, com o qual compravam roupas de grife e celulares de última geração.
Na série, as protagonistas Isabella Ferrari (Andrea de Sica) e Claudia Pandolfi (Benedetta Porcaroli) são duas jovens de 16 que moram no bairro de Parioli (Roma, Itália), um dos mais prestigiados e caros da cidade. Durante o dia, vivem como duas estudantes normais do ensino médio e de noite embarcam em um perigoso mundo de festas, prostituição e escândalos. Com esse original, a Netflix tem sido acusada de glamourizar o abuso de menores, ação que foi vista como contraditória ao que a empresa declara apoiar – este ano, a plataforma demitiu Kevin Spacey, estrela do original de sucesso “House of Cards”, após acusações de má conduta sexual com adolescentes.
Mesmo assim, a série “Baby” não pretende ser um estudo sobre o caso, pois trata-se de uma adaptação livre dos acontecimentos. Os próprios produtores afirmam que a série não só retrata a prostituição e o tráfico sexual, mas também o caráter dos personagens e como eles lidam com a realidade em um período tão delicado como a adolescência. A produção ficou a cargo da empresa Fabula Pictures e o roteiro foi fruto da cooperação criativa entre os autores Antonio Le Fosse, Giacomo Mazzariol, Marco Raspanti, Romolo Re Salvador, Eleonora Trucchi, Isabella Aguilar e Giacomo Duzi.
Link para o trailer de “Baby”: https://youtu.be/mrgWl_8h_8A
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