Nova adaptação da Netflix conta com a carismática Sandra Bullock para instigar o terror na audiência
Nas produções cinematográficas, a sobrevivência da humanidade parece estar sempre em risco. Ao manter a temática com variações na catástrofe, representada tanto por fenômenos naturais quanto máquinas altamente tecnológicas, Hollywood encontrou no apocalipse um sucesso de bilheterias.
Afinal, o medo da aniquilação humana, apesar de ser paranoia, possui um certo quê de realidade. O homem do Século XXI se tornou extremamente dependente de suas criações, e guerras movidas pela ganância dividem a sociedade. Nesse contexto surge “Caixa de Pássaros”, um filme original Netflix que estreia dia 21 de dezembro e aborda o cataclisma idealizado pelo livro homônimo de Josh Malerman.
O filme inicia-se com um flashback de cinco anos, período em que o mundo começa a se aterrorizar com notícias sobre estranhos suicídios no Leste Europeu. Ao decorrer de poucos dias, esses incidentes começam a tomar proporções maiores e suas causas inexplicáveis. Porém, tudo indica que os indivíduos afetados foram vítimas das Criaturas, seres desconhecidos que revelam o medo mais profundo daqueles que os olham, causando uma agonia tão profunda que os leva a clamar pela morte imediatamente. Mesmo com a intensificação desses eventos, Malorie (Sandra Bullock) continua descrente quanto à veracidade das informações. Porém, tudo muda quando sua irmã (Sarah Paulson) inesperadamente provoca um acidente de carro e morre após levá-la numa consulta obstétrica. Sozinha e grávida, Malorie busca abrigo num refúgio para sobreviventes, onde conhece Tom (Trevante Rhodes), um veterano do Iraque que irá ajudá-la a manter a sanidade frente ao apocalipse que os aguarda do lado de fora.
A partir daí, a trama de “Caixa de Pássaros” se reveza entre passado e presente, com uma nova Malorie, moldada por essa sociedade catastrófica, em uma jornada para um destino incerto que promete ser um refúgio para ela e seus dois filhos, identificados como Garoto e Garota. Para isso, terá que enfrentar as águas e os mistérios de um rio desconhecido, enquanto mantém-se fiel à principal regra de sobrevivência nessa sociedade distópica: nunca abra os olhos.
Escalada social
“Vanity Fair” estreia na Amazon Prime para alegria dos amantes do livro de William Makepeace Thackeray
O período napoleônico (1799-1815) foi um momento da história europeia que compreendeu desde a chegada de Napoleão ao poder, com o Golpe de 18 de Brumário, passando por seu tempo como Imperador e indo até o seu governo de cem dias, quando fugiu do exílio na Ilha de Elba. Durante esses anos, foi responsável por reestruturar juridicamente e administrativamente a França, assim como tomar diversas medidas para recuperação econômica do país. Esse é o período das famosas guerras napoleônicas, uma série de conflitos na Europa que mexeram com as fronteiras de diversos países.
Nesse contexto se passa a nova série original da Amazon Prime Vídeo, “Vanity Fair”, uma parceria com a empresa de televisão britânica ITV. Os sete episódios de aproximadamente uma hora cada já foram ao ar pela ITV e serão disponibilizados na plataforma de streaming no dia 21 de dezembro. A produção é mais uma adaptação do livro homônimo – “Feira das Variedades” em português – escrito por William Makepeace Thackeray. A direção ficou a cargo de James Strong, o roteiro é de Gwyneth High e Julia Stannard assina como produtora.
A história acompanha a anti-heroína Rebecca Sharp (Becky) – interpretada por Oliva Cooke, promissora atriz britânica que já atuou em séries de sucesso como “Bates Motel” – em sua escalada por entre a sociedade britânica do Século XIX. Para sair da pobreza, Becky vai se aproveitar das pessoas em sua volta e enganá-las com sua personalidade carismática e sedutora, sempre tramando de forma fria e calculistas seus próximos passos.
Durante os momentos em que Becky ilude os outros personagens, o telespectador se transforma quase em um cúmplice de suas artimanhas, pois é encarado pela própria protagonista em mais um exemplo de “quebra da quarta parede” – quando determinado personagem olha para a câmera e se dirige diretamente ao público. Além disso, a trama é contada por um narrador observador (Michael Palin), assim como é feito por Thackeray no romance.
Objeto do desejo
“Você” chega à Netflix para criar um inusitado paralelo entre romance e mídias sociais
Quem nunca assistiu a uma comédia romântica na qual o protagonista faz de tudo para cair nas graças de sua amada? O conceito de amor à primeira vista é sempre abordado sob uma ótica idealista, de forma a parecer que ele só acontece na ficção, e sempre achamos fofo quando o apaixonado move montanhas por amor. Mas a partir de que ponto o sentimento começa a se assemelhar com uma obsessão? A nova estreia da Netflix, “Você”, chega à plataforma para discutir essa temática de uma forma aterrorizante.
A produção, com estreia marcada para o dia 26 de dezembro, conta a história de Joe (Penn Badgley), um dono de livraria que conhece Beck (Elizabeth Lail), uma aspirante a escritora no fim da faculdade, e imediatamente se apaixona por ela. Como a universitária não estava tão certa quanto a ele, Joe iniciou um plano para convencê-la que ele era o cara ideal. Para isso, o protagonista acompanhou-a intensamente nas redes sociais, de forma a descobrir exatamente como agradá-la e, principalmente, como tornar sua vida a melhor possível. Com o passar do tempo, o relacionamento dos dois começa a florescer, mas as amigas de Beck passam a ser um grande empecilho no projeto de Joe. E nada pode ficar no caminho de um psicopata apaixonado.
“Você” aborda uma temática muito séria nos dias atuais e, por meio de um protagonista obsessivo, tem como objetivo chocar os espectadores com o quanto se pode descobrir a respeito de uma pessoa na internet. Entretanto, o ponto da série que ganhou os críticos foi o carisma de Joe, de tal maneira que as ações do personagem chegam a parecer justificáveis diante do objetivo final. Bem na temática maquiavélica de “os fins justificam os meios”, a produção em dez episódios fez enorme sucesso nos Estados Unidos. E está cotada para preencher o vazio deixado por “Dexter” na categoria “psicopatas adoráveis”.
https://youtu.be/h-aO-v67jFk