O conceito de Mercado de Ações existe formalmente desde o Século XVI. Por mais que muita coisa tenha mudado ao longo desses quase 500 anos, uma palavra ainda rege toda a lógica do sistema: “volatilidade”. Fortunas são feitas e perdidas com base no valor das ações, e algumas das empresas mais ricas do mundo lucram justamente em cima de tal instabilidade. Nesse contexto, alguns fundos de investimento utilizam-se de meios ilegais para conseguir informações privilegiadas e maximizar as chances de retorno. Por conta dessas fraudes, é fundamental que exista alguma agência que regulamente o Mercado de Ações. E é em cima dessa briga de gato e rato que gira “Billions”, série produzida pela Showtime com quatro temporadas disponíveis na Netflix.
A produção conta a história de Chuck Rhoades (Paul Giamatti), o Procurador-Geral de Nova York, que decide pegar um caso difícil para eternizar seu legado: ir pra cima de Bobby Axelrod (Damian Lewis), um bilionário dono de um fundo de investimentos. Sem nada concreto, Chuck sabe que existem ilegalidades na empresa, e fará de tudo para manter sua invencibilidade como Procurador mesmo em um caso com bilhões de dólares em jogo. Durante esse processo, inúmeras alianças são formadas e quebradas. A série mantem-se fiel à lógica do mercado: imprevisível e cheio de reviravoltas. Cada episódio é uma verdadeira caixa de surpresas.
Apesar de “Billions” falar sobre um assunto que boa parte das pessoas não está familiarizado, a compreensão da série não requer nenhum estudo avançado em Economia. Independentemente do meio abordado, o ponto mais forte da produção é a facilidade com que os protagonistas conseguem tornar os espectadores cúmplices de suas ações. Isso se deve pela qualidade dos atores que compõem o elenco da produção, de forma que quem assiste os episódios deixa de se importar com ilegalidades cometidas e apenas torce para seu personagem favorito se dar bem. Afinal, não dá para se fazer um omelete sem quebrar alguns ovos.
Estranho amor
Segunda produção original da Netflix na França aborda o terror tecnológico no estilo de “Black Mirror”
Berço do estilo de organização civil ocidental, a França foi cenário das mais diversas e influentes manifestações artísticas, políticas e filosóficas. Apesar de não ostentar mais tanta hegemonia, o país ainda possui enorme influência no cenário global, principalmente quando se trata de produções culturais. Dona das luzes que parecem nunca se extinguir, do maior museu de artes no mundo, o Louvre, e da tradicional Ópera de Paris, que desde 1669 exibe espetáculos de música e dança, essa capital possui um charme natural. Não é por menos que Paris foi apelidada de cidade do amor.
Porém, em “Osmosis”, a nova produção original Netflix que estreia dia 29 de março, a busca desesperada pelo romance leva alguns de seus moradores ao extremo.
Ao longo de oito episódios, a série acompanha a trajetória de um grupo de parisienses que aceitam participar de um experimento para concepção de um aplicativo de encontros chamado “Osmosis”, que se propõe a decodificar o amor e encontrar a alma gêmea do usuário. No entanto, para que não haja margem de erro no resultado, é preciso total acesso ao cérebro dos participantes. Mas existe um preço a se pagar para obter um algoritmo capaz de dizer quem se deve amar. Afinal, essa tecnologia também adentra os locais obscuros da psique humana e revela os segredos mais bem guardados.
“Osmosis” é a segunda produção original da Netflix na França e possui claras inspirações no episódio “Hang the DJ”, da quarta temporada de “Black Mirror”, que fala de um aplicativo de namoro que não só forma casais, como põe uma data de validade na relação. Porém, enquanto este não possuía tantos elementos do terror tecnológico pelo qual a série é tão conhecida, “Osmosis” promete entregar um universo perturbador, que pode não estar tão distante assim.