Tendo acompanhado a doença do Greening (HLB) desde sua confirmação no Brasil em 2004, quando num Congresso foi anunciado. Então mais uma preocupação à atingir a citricultura brasileira e principalmente os citricultores.
Estudos conclusivos por entidades de pesquisa afirmam que tal doença bacteriana deu ingresso no Brasil pelos anos 1999 a 2002 com a propagação de material genético importado, pois na época muitas variedades novas de citros eram trazidas. Até porque vários países produtores de citros, já tinham sido atingidos pela doença. Hoje ao redor de 129.
Originária da Ásia, mais precisamente da China há mais de 100 anos, tendo como inimigo vetor da mesma um pequeno inseto chamado popularmente de Psilídio (Diaphorina Citri), na fase adulta medindo de 2 a 3 mm.
Hoje, com o aprofundamento das pesquisas no Brasil, chegou-se à interessantes conclusões, tendo na natureza da doença e seu vetor dois aliados trabalhando juntos para a disseminação dessa praga. O primeiro por ser de difícil localização dentro da planta e o segundo por ter em sua característica um exponencial crescimento populacional pois, durante sua existência que é bastante curta, desde ovo até adulto dura cerca de 15 dias no verão a 40 dias no inverno. Uma fêmea adulta fecunda tem uma ovo deposição neste espaço de até 800 ovos.
Com uma visita realizada em 2018 à China, tivemos oportunidades curiosas a somar aos nossos conhecimentos, lá ouvimos dizer em francas palavras, de olhos nos olhos e dedo ríspido dirigido a mim: “Brasileiro…bactéria não se combate, com bactéria se convive” Tal afirmação com certeza, o que aconteceria com qualquer pessoa, calou fundo em mim, e hoje vejo a veracidade.
Uma doença que atravessou Continentes, Países e além mares é de se estranhar até agora não ter sido oficializado a presença do sintoma do Greening em nosso estado, apesar de estarmos cercados, por Santa Catarina bem perto de nossas divisas, Argentina, Paraguai, e agora no Uruguai em Bella Union ao lado de Quaraí (RS).
Já é de vasto conhecimento através da mídia, de encontros e outras formas, entre os produtores de citros do nosso estado, os trágicos problemas dessa doença em se atingir os pomares. Para tanto, está sendo mobilizado forças estaduais pelas diversas Secretarias Municipais e também Estadual, bem como Ministério da Agricultura (MAPA) em ações conjuntas possíveis para impedir formas da mesma de acesso facilitado através de nossas fronteiras, através de importação de mudas cítricas, ornamentais e frutas com ramos e ou folhas de outros estados.
Precisamos estar atentos, produtores – conhecer os sintomas da doença, defesa vegetal do estado, entidades de auxílio, que em nenhum momento silenciem, mas tomem medidas urgentes e cabíveis para eliminação e isolamento dos possíveis focos detectados pois, estamos tratando de uma doença silenciosa e de rápida contaminação e sem solução de cura até o momento. Somos um estado fragmentado em pesquisa e economicamente deficitário para o manejo desta devastadora praga. Então o “modo” alerta máximo, deverá ser acionado por todos os envolvidos na cadeia produtiva do citros de nosso estado.