Antigamente, entre os familiares muitas vezes se ouvia reclamações quando os preços de frutas e verduras aumentavam. Hoje, a queixa transcende o círculo familiar, ecoando nas mídias sociais, onde consumidores expressam sua indignação com a oscilação dos preços de frutas, legumes e verduras, itens frescos que fazem parte da refeição de muitos.
Por trás desses aumentos, há questões que vão além do simples balanço entre oferta e demanda. As mudanças climáticas, alertadas em 2021 pelo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) da ONU, estão desempenhando um papel cada vez mais crítico no mundo e, me permita salientar, na agricultura, o que traz uma reação em cadeia de causa versus efeito.
Afinal, sem produtividade das colheitas, os preços ao consumidor tendem a se elevar, criando o paradoxo: em tempos nos quais a procura por alimentos frescos está em ascensão, os preços também estão. Dados de consulta popular indicam que 59% dos consumidores estão dispostos a gastar mais em produtos saudáveis e 86% desejam mudar pelo menos um hábito para serem mais saudáveis.
Diante do exposto, fica evidente que o interesse por um estilo de vida mais equilibrado, pautado no bem-estar, tem levado pessoas a disporem de um volume maior dos seus orçamentos para viver melhor. Essa mudança nos hábitos de consumo, cria um ambiente fértil para que o varejo dos hortifrúti se posicione como um aliado na promoção de qualidade de vida, saúde e longevidade. Mas, historicamente, a produção, a produtividade e a precificação dos alimentos sempre foram impactadas também pelo clima.
Então, soluções que envolvam os diversos atores da cadeia da produção ao varejo, devem movê-los no propósito de levar produtos seguros aos lares da população. Essa combinação pode se tornar um impulso de transformação para o setor, com sustentabilidade, inovação e tecnologia.