A artista Marina Abramovic, no início dos anos 70, foi uma precursora da arte da performance. Em uma apresentação que volta ao foco nas redes sociais, ela ficou por 6 horas à disposição do público, imóvel ao lado de uma mesa com vários objetos que os visitantes poderiam usar nela como quisessem. Havia rosas, lâminas, tintas e, entre outros, um revólver carregado.
No início, as pessoas só a observaram, depois a pintaram, tiraram suas roupas, espetaram-lhe espinhos das rosas, fizeram um pequeno corte no seu pescoço, cortaram seus cabelos, abusaram-na sexualmente e apontaram o revólver para sua cabeça. Na sequência, a ridicularizaram até que a apresentação fosse encerrada pelos seguranças.
História 2
Em 1971, foi realizada a experiência psicológica conhecida como “O Experimento da Prisão de Stanford”. A ideia era avaliar o comportamento humano onde os indivíduos são definidos pelo grupo.
Os pesquisadores selecionaram 24 voluntários homens, estáveis psicologicamente e com boa saúde. O grupo foi dividido entre “guardas” e “prisioneiros” através de “sorteio.
Os “guardas” receberam bastões, uniformes militares e óculos espelhados para evitar o contato visual. Eles trabalharam em turnos, porém alguns voluntariaram-se para fazer horas extras sem pagamento no cuidado dos presos.
Os prisioneiros vestiam apenas roupões e chinelos de borracha, receberam números em vez de nomes e tinham que usar meias-calças em suas cabeças para simular cabelos raspados além de terem correntes amarradas nos tornozelos.
O Experimento ficou rapidamente fora de controle, com atos de sadismo e cenas de humilhação. Alguns prisioneiros aceitavam as humilhações e cedo apresentaram distúrbios emocionais. Houve rebelião e a consequente divisão pelos guardas dos prisioneiros “bons” e dos “ruins” em alas separadas e criação de inimizade entre eles, utilizando a técnica “dividir para dominar”.
Os guardas maltratavam os prisioneiros e impunham-lhes castigos físicos. A prisão tornou-se local hostil, insalubre e sinistro. O direito de utilizar o banheiro tornou-se privilégio para os presos. Chegou a acontecer humilhação sexual. A experiência teve que ser interrompida antes do tempo previsto.
História 3
Em 1961, com o fim da Segunda Guerra Mundial, houve o julgamento de Adolf Eichmann por crimes de genocídio contra os judeus. Quase todos os jornais do mundo enviaram correspondentes e a filósofa alemã Hannah Arendt era uma das repórteres. No julgamento amplamente midiatizado e polêmico, Hannah viu não um monstro nazista, mas um homem comum, um burocrata que “apenas” cuidava da papelada que mandava judeus às câmaras de gás. Em sua defesa, o acusado alegava estar somente cumprindo ordens. Hannah ficou impressionada com a ausência de julgamento sobre o bem e o mal, do homem que só queria ser eficiente nos seus afazeres. Hannah ficou conhecida mundialmente por seus livros que falam do vazio do pensamento, onde a banalidade do mal se instala.
História 4
A estamos escrevendo.
Gerson Kauer
Escritor e Publicitário