O nível de paranóia, reclamações, cobranças e carências parece estar aumentando com a hiperconexão digital e a decrescente conexão pessoal. Antes de incorporar doentiamente um mundo idealizado em fotos e felicidade filtradas, vai uma lista, com jeitão de auto-ajuda, para lembrar algumas coisa óbvias do mundo real:
– As pessoas estão muito ocupadas com seus próprios problemas. Inclusive você – A maior parte da nossa energia é gasta com a gente mesmo, é uma questão de sobrevivência, portanto, chamar a atenção, querer que os outros nos dediquem muito de si, é perda de tempo.
– Somos interesseiros – Dedicamos algum tempo aos outros por interesse, que pode ser nobre, como necessidade de afeto, amor, auto estima, aprendizado, etc. ou uma necessidade mais “mesquinha”, como conseguir um emprego, um cliente, fazer o seu “network”, agregar alguma fama ou reconhecimento, vender algo, aplicar um golpe. Tudo é interesse e está focado no ego.
– Assumimos compromissos em excesso e raramente planejamos o uso do tempo – Todo mundo está correndo, sem tempo para nada e fazendo tudo do jeito que dá. Ao pagarmos o almoço já nem lembramos mais o sabor do que acabamos de comer. No entanto, a tecnologia permite viajar mais rápido, nos comunicar de maneira mais eficiente, automatizar e organizar tarefas. Não tiramos tempo para organizar, não aprendemos a dizer não e iremos nos dar conta do desperdício de vida só no leito de morte.
– Não somos tão bons ou espertos quanto pensamos – Nos iludimos com nossas próprias habilidades, temos a tendência de achar que alguma entidade nos proveu de características especiais e que, no fim, tudo vai dar certo pois nosso instinto, universo, destino ou seja lá o que for, nos deu o que tinha que ser. Com isso, douramos os resultados das nossas escolhas como se fossem as mais maravilhosas do mundo, mas às vezes são só cagadas perfumadas com Pinho Sol. Se não fizermos algo realmente memorável, somos normais. E tudo bem ser assim.
– A maioria das pessoas não vai nos amar – Gente mente e finge o tempo todo. Grande parte das pessoas com quem iremos conviver apenas nos suportará socialmente. Teremos um pequeníssimo grupo fiel e legitimamente parceiro. Alimentar uma autoimagem de unanimidade simpática é um delírio.
– Fazer as coisas difíceis nos faz melhores – Não é óbvio? Então por que os preguiçosos e viciados em atalhos são os que mais reclamam?
– Ninguém é tão feliz quanto posta nas redes – Isso todo mundo sabe, poucos assumem e muitos alimentam o concurso de felicidade falsa que só torna a realidade mais deprimente.
– Manter relacionamentos exige esforço – Auto explicativo.
– A única coisa que controlamos é nossa reação – Eventos externos podem nos favorecer, nos prejudicar ou nos matar. Não temos controle sobre eles, temos controle apenas sobre o que fazemos com relação ao que nos acontece.
Que a vida lhe seja leve!
