O Rio Grande do Sul é o Estado que mais sofreu perdas econômicas por eventos climáticos nas últimas décadas. Estudo do Banco Mundial mostra que, entre 1995 e 2019, foram registradas perdas de R$ 41,2 bilhões – o que representa 12,28% do total no país.
Em 2023, ano em que testemunhamos a ocorrência de dez eventos climáticos – entre ciclones, enchentes e granizos – e da terceira estiagem consecutiva, tivemos, além do impacto econômico, a perda do que não tem preço: 79 vítimas fatais. Famílias que ficaram sem seus entes queridos devido às chuvas, e cuja dor não se pode mensurar em números.
A realidade do Estado foi exposta na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. No maior evento mundial sobre o tema, compartilhamos com líderes globais, governos, empresas, ONGs e sociedade civil como o Estado tem atuado para lidar com as intempéries de maneira resiliente e sustentável. Ainda pudemos conhecer iniciativas de outros países e financiamentos de bancos internacionais para projetos de transição energética e agricultura verde.
O ProClima 2050, que busca reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030 e zerar até 2050, e o programa Plano ABC+RS, para reduzir a emissão de gases na agricultura e pecuária, foram algumas das iniciativas gaúchas apresentadas na conferência. Como resultado da nossa participação, assumimos a coordenação do bioma Pampa no âmbito do Consórcio Brasil Verde – Governadores pelo Clima e aderimos ao grupo de entes subnacionais comprometidos em diminuir as emissões de metano na atmosfera.
Além dos programas, outro tema abordado na COP28 é o que chamamos de justiça climática. Os eventos extremos que vivenciamos afetam, invariavelmente e de forma mais direta, os mais vulneráveis. Realocá-los em áreas mais seguras, garantir o acesso a produtos sustentáveis e não deixar setores da população sem condições de usufruir das ações de mitigação das mudanças climáticas é fundamental para não deixar ninguém para trás.
Estamos em um momento importante, no qual o enfrentamento aos efeitos do clima é o centro dos debates. Cooperação, adaptação, resiliência e planejamento não são apenas palavras-chave na COP28: precisam ser o norte da nossa atuação em sintonia com as melhores práticas globais.