No texto “Os três vazios: a substituição das ideias pelo design, das emoções pelo êxtase, da ação pelo consumismo” da autora Marcia Tiburi, as questões voltadas à experiência estética, são caracterizadas a partir de três grandes vazios: o vazio do pensamento, de emoção e de ação. O primeiro, caracteriza-se pela ausência de reflexão, o viver sem pensamento, comum na sociedade da atualidade, onde o uso de ideias prontas se torna cada vez mais necessário. Segundo a autora, podemos ver as ideias se transformarem cada vez mais em mercadorias, e o império do design no nosso tempo tem a ver com isso.
É evidente que hoje a estética está em alta especialmente no sentido da estetização que abarca desde as coisas mais simples do cotidiano até as alturas da cultura e seus discursos. Hoje, tudo se configura esteticamente, e tudo tendencialmente vem a ser compreendido como estético, como o que se apresenta aos sentidos, segundo o estudioso alemão Wolfgang Welch. Estamos envoltos em ofertas- vide esse “fuzuê comercial” chamado Black Friday (claro que seria em inglês), que durou quase um mês, imagens, promessas, que sugerem sedução, juventude, graça e poder. Vende-se autenticidade e prosperidade como um dia se venderam outras grandes ideias abstratas como a felicidade, a liberdade e a imortalidade.
A ideia é melhor vendida por meio de conceitos que podemos possuir ou queremos possuir, O design garante isso. O que se chamava “arte pela arte” agora se chama “design pelo design”. Por ser acessível, imediato, descartável ao uso de todos. Logo, percebe-se que o mundo da aparência substituiu o mundo da essência e com isso atingiu o pensamento. De acordo com Marcia Tiburi, a inteligência se tornou algo da ordem da aparência, uma moda que serve para moldar as mercadorias, mesmo que estas sejam inúteis.
O segundo vazio tem relação com a sensibilidade, é o da emoção. A impressão de que vivemos em uma sociedade anestesiada, na qual as pessoas são incapazes de sentir emoções, não é nova. Queremos de modo ensandecido, uma emoção qualquer. Da alegria à tristeza, queremos que a religião, o sexo, alimentação, os filmes, as drogas, os esportes radicais, tudo nos provoque algum tipo de êxtase. A emoção virou mercadoria e o que não emociona não vale a pena.
Esta estetização superficial cotidiana, onde alegrias suaves e tristezas leves não interessam e tudo tem que ser extasiante, mercadorias aparecem com a promessa de garantir um êxtase. Das roupas de marca ao turismo, tudo tem que ser intenso, cinematográfico, transcendental, radical, impressionante e “instagramável”, termo que, dia desses, me foi questionado por minha irmã, curiosa em saber do que se tratava. Ao que respondi: autorizado, digno de ser publicado na plataforma Instagram, devido à sua estetizada, mesmo que ilusória, representação visual.
É o império da emoção contra a chateação, da rapidez contra a calma, da festa contra a tranquilidade. Ficamos cada vez mais vitimados pelo universo da “plastificidade”, a plastificação como destino. O império do design se instaura aí. O mercado oferece desde produtos e conceitos das mais tradicionais e renomadas grifes vindas da Europa até as mais baratas imitações, satisfazendo as necessidades de consumo.
Por fim, explana o vazio da ação. O exercício do pensamento reflexivo que dependia das linguagens do afeto foi cancelado. A ação é uma questão da ética, da política, mas o capitalismo não a quer, e a estimula de forma vazia e vazios, aceitamos que nos vendam pensamentos, emoções e ações prontas e artificiais. Nada é de graça, embora tudo pareça tão fácil na era do cartão de crédito, afirma Márcia Tiburi.
Shoppings, igrejas, drogas, computadores, televisores, são mercado e mercadoria que nos oferecem tampões para o grande vazio, o legado do capitalismo entre nós. A angústia do consumo que nos faz produzir e consumir é a maior delas. A rapidez com que tudo aparece e desaparece constitui o fundamento da experiência que na senha do progresso não agrega consigo o tempo passado. A experiência nele contida é simplesmente esvaziada de sua função e aplicação. É a era do esquecimento.
O Vestir e a Cidade:
Na localidade de Segredo, em Capela de Santana, no ano de 1958, em cerimônia de Primeira Comunhão, as irmãs Zaiter da Silva: Ielva Regina (hoje Souza) é o anjo, a professora Terezinha Damasceno segura a Jane (hoje Lutckmeier) no colo, e ao lado, de vestido xadrez a Ana Aglaé (hoje Azevedo). Colaborou a Ielva.
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Olhares:
Perguntas:
A mostra “Perguntas Frequentes”, que abriu no dia 04, no Museu de Arte, trouxe à nossa cidade obras de artistas como Ana Cattani, Ana Inda, Ana Flávia Baldisserotto, Carmen Capra, Dora Giron, Esther Bianco, Janniny Kierniew, Nara Sparta, Márcia Courtois, Magdala Selbach, Rosana Almendares e Valderez Englert. Fica em cartaz até o dia 04 de janeiro de 2020. Imperdível.
Mariah no Estilo:
O Salão Estilo Hair se transformou em passarela na tarde da última sexta, dia 06 para a apresentação da marca de moda praia Maria Alfred, da qual uma das sócias é a bela montenegrina Daiane Rodrigues.
Chá com Arte:
Nonô Ritter e sua turma promovem na tarde de hoje, a partir das 15h e 30min, o Chá com Arte, com intervenções coreográficas no Espaço de Arte Nonô Jazz.
Mostra do Atelier:
Na próxima quinta-feira, dia 19, às 16h, as alunas do Atelier Livre da FUNDARTE irão expor seus trabalhos de desenho e pintura realizados ao longo deste ano sob a curadoria de Loíde Schwambach na Galeria que leva seu nome.
Noite de Jazz:
Também na quinta, dia 19, Rafa Schüller e Banda se apresentam no Espaço de Arte Nonô Jazz, a partir das 21h com repertório especial de Natal. Os ingressos estão disponíveis na Cabral Tintas.