Em uma cena da novela das 21h “Amor de Mãe”, ao rever o filho depois de algum tempo do rapaz no exterior, a mãe pergunta: Que estilo é esse, meu filho? Ao que ele responde: Estilo próprio, mãe. A cena veio exatamente ao encontro de uma recordação dessas que o Facebook nos mostra e que apareceu no meu perfil no mesmo dia quando, em 2017, a UFRGS surpreendeu a todos com o tema da prova de redação para o vestibular “o que é ter um estilo?”Na época, a questão causou estranhamento, pela singularidade do tema que a Universidade lançou aos candidatos ao ingresso. Junto à pergunta, uma reflexão do filósofo francês Robet Dufour, para o qual “estilo no mundo atual é não ter estilo”.
Na definição do dicionário virtual Aulete (www.aulete.com.br) estilo é modo de se expressar. Em um primeiro momento pode ser associado à moda. Mas vai muito além dessa relação, pois o vestir é sem dúvida expressivo, porém apenas um de seus aspectos. Não à toa que sabiamente Coco Chanel diria na célebre frase que modas passam e o estilo fica. E seu amigo e confidente, Jean Cocteau complementou classificando estilo como “uma forma simples de dizer coisas complicadas”. Infinitamente complicadas, por se tratarem de aspectos humanos.
Então, em que consistiria estilo como o pensador Dufour se refere: uma recusa à maneira de ser que se classifique de acordo com uma tabela dessas criadas pelos “determinadores de estilo”, que adoram apontar a velha opinião formada sobre tudo? Uma pureza de ser tão grande que tornasse estilo algo extremamente individual, intrasferível, autêntico, “raiz”?
Como quando perguntaram ao Raul Seixas como ele classificaria o estilo musical das suas composições, ele respondeu prontamente: “rauseixismo”. Consta no documentário “O início, o fim e o meio (Walter Carvalho,2011)”. Manifestação simples e bem humorada, de total autenticidade e recusa à qualquer classificação. Difícil de alcançar, mas no momento, a resposta possível para o ter estilo: Ser estilo.Coisa de gênio. Em tempos de Maiara e Maraísa, que falta faz um Raul.
Olhares:
40’s da Roveda: Na quinta, dia 16, Elisângela Roveda recebeu amigos com Happy Hour no Cantregil Clube para comemorar seus 40 anos. Como presente, ela arrecadou doações de alimentos para entidades locais. Nobre gesto da Elis.
Nei na Nonô: Também na quinta, o Espaço Nonô Jazz abriu as portas para a temporada de 2020 com ninguém menos que Nei Lisboa, que mais uma vez lotou a casa e encantou a todos com seu clássico repertório e sua sofisticada simplicidade, digna do grande artista que é.
Todo nosso carinho à família da querida Ana Maria de Oliveira, em especial às filhas Ana Amélia e Maria Augusta.
Também à família Flores, pela perda do nosso querido amigo Jair.
O Vestir e a Cidade:
A coluna de hoje é dedicada à bela mocinha da foto: Herta Matzembacher, aqui em registro no dia do seu noivado com Bruno Lauro Müller, em sua residência, em 1933. A querida tia Herta despediu-se aos 104 anos, no dia 06 de janeiro. Todo nosso carinho à família. Essa foto, colaboração da filha Henriete e da nora Dalva Müller foi publicada neste espaço em 08 de junho de 2018.
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