Viver em comunidade tem custo

O princípio de tudo está na coletividade. A partir dessa teoria, as cidades são o maior e mais vivo exemplo. A comunidade em que vivemos é uma ação coletiva, ainda que haja inércia da maioria dos entes no que diz respeito à participação; contrariando seu princípio de dividir responsabilidades e seus consequentes benefícios. Os seres humanos – não distantes daqueles animais que vivem em grupo – decidiram andar juntos para unir forças em favor da promoção de segurança e realização da caça. Vivemos lado a lado, como revelam traços arqueológicos do Neandertal e do Homo Sapiens.

Para que essa convivência seja positiva, é preciso observar os deveres da cada um, pois a cidade demanda ordem. Também demanda, sobretudo, dinheiro. Unida a população cobra, realiza e fiscaliza o emprego dos impostos que paga. Dito isso, é necessário ressaltar sempre que o pensamento no que tange necessidades deve ser coletivo. Deve focar no bem comum (comunitário). Caso contrário, nem fará sentido a teoria de criação das cidades.

Sob este prisma, o que diz respeito a todos é o IPTU. Montenegro inclusive classifica o valor em 2023 como sem reajuste real; mantendo apenas a recomposição inflacionária prevista em lei. Uma ação monetária normal para reverter a perda do valor do real. Agora cabe aos trabalhadores buscarem a mesma reposição em seus salários. Todavia, a postura não deve ser de reclamação pelo valor ou pela simples existência de mais este imposto. Os cidadãos que vivem nas comunidades têm obrigação de pagar seus tributos; seguido do dever cívico de vigiar sua aplicação. Este é o cálculo que deve ser feito: pagamento é igual ao recebimento de obras e serviços. Retornando à teoria que inicia esta reflexão: há ônus para não viver sozinho.

O fato é que a comunidade é seu próprio alicerce, gerando os proventos que os eleitos deverão administrar. Um protagonismo que cresce em importância diante dos ataques que os cofres públicos sofrem, e que surgem de todos os lados. Não bastasse os valores abusivos realizados por empresas quando estão diante de dinheiro público, agora os municípios estão sendo penalizados pelo próprio Governo Federal.

Pois se não bastasse as restrições da pandemia, a irresponsabilidade do Governo Federal ao retirar orçamento do Censo 2022 será pago pelos prefeitos. O ano fiscal inicia sem a contagem completa da população, o que reduziu os valores pelo Fundo de Participação. Mas o sofrimento, de fato, quem terá é a coletividade.

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