Um único Rio Grande do Sul

Ao final desta semana entramos da reta final do primeiro semestre de 2024, praticamente às portas do segundo semestre de um ano que ainda não decolou. Os meses e seus dias passaram apenas por meio das folinhas do calendário que vão caindo, em enquanto a vida caminha em ritmo lento, em velocidade paquidérmica. Sobretudo o mês de maio passou de uma maneira diferente; e não foi nada relacionado a alta velocidade. Ao que parece os dias foram sofridos, o tempo não caminhava; em contrapeso a 30 dias que deixam um vazio.

Essa é uma sensação de perda, que para milhares de rio-grandenses é material e humana. Mas de uma forma ou de outra, todos moradores aqui deste estado ao Sul do Brasil estão com uma estranha sensação que esses dias arrastados foram de nulidade, pois ao espremer o mês pouco sairá. De fato, o suco restante de maio é de prejuízos, danos, medo e preocupação; ainda que somados ao acalento da solidariedade nacional que veio abraçar nosso cone sul do país.

A pergunta que paira insistente nos pensamentos de todos nós é “quanto tempo vamos levar para voltar ao normal?”. Ainda que possamos filosofar sobre o que é normal, ou a respeito de devemos voltar a um normal no qual a natureza é sucumbida pela riqueza material; este plano precisar ser colocado à mesa o quanto antes.

Temos em toda nossa volta milhares de vidas para serem restauradas, empreendimentos para serem reativados e cidades para serem recolocadas nos trilhos do social e do desenvolvimento. Pois a caminhada já iniciou, e deve ser realizada com passos sendo gravados na areia lado a lado. A comunidade, os governos e os empreendedores estarão unidos, reconhecendo que este levante, muito maior que qualquer revolução fantástica, deverá ser uniforme. Um puxa o outro para cima.

Reconhecendo ainda que todos nós perdemos muito, portanto precisamos estar de mãos dadas, o esforço não dependerá de apenas um segmento. Uma ação essencial é valorizar nossa gente, dar preferência as nossas coisas e abrir mão de pequenas rivalidades. Até mesmo o lucro extraordinário não é mais motivador de sucesso. O sucesso será seguir em frente e se tornar elo da corrente que reerguerá o panteão gaúcho. Essa será nossa façanha mais retumbante, que deveremos ter orgulho legítimo de que servir de exemplo a toda terra e as futuras gerações.

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