Tudo azul

Algumas das ruas de Montenegro foram pintadas de azul na tarde do último sábado, 9. A razão foi a carreata promovida pela Associação Ser Autista, realizada no intuito de levar informação à população e conscientizar sobre o Transtorno do Espectro do Autista (TEA). A cor é uma alusão ao fato de que a grande maioria das crianças autistas são meninos. A ação, que faz parte da programação do Mês de Conscientização do Autismo, contou com a participação de poucos veículos. Nem por isso o tema deixa de ter relevância. O importante é que a atividade contribui para a discussão de um assunto pouco falado e muito necessário.

O tema autismo já foi abordado na semana passada pela Rádio Ibiá Web. E estará nas páginas do impresso e no portal do Ibiá nos próximos dias. Quando o mês de abril terminar, como veículo de comunicação, seguiremos abrindo espaço a essa conscientização, que não deve ficar restrita a um período do ano nem a uma parcela da sociedade. Estas crianças têm o direito de se desenvolverem em sua plenitude, no seu ritmo, e com aporte às suas necessidades particulares. As famílias não deveriam precisar travar lutas cotidianas para conseguir determinada terapia que pode fazer a criança avançar em suas possibilidades, nem para ter um monitor que lhe atenda em sala de aula ou, ainda, para que seus filhos possam interagir na sociedade sem receber olhares recriminadores por comportamentos que refletem a sua condição.

Ser autista é um desafio diferente a cada criança, seja pelos variados níveis em que ela pode ser afetada ou pelas condições financeiras e emocionais da família. O transtorno ainda é de conhecimento geral muito restrito. Salvo aqueles que têm um autista na família ou entre os amigos, pouco se sabe e se fala dessas crianças. Mesmo entre os educadores, o trabalho com um autista ainda pode gerar ansiedade e preocupação. É o medo do novo, do diferente. Mais do que as necessidades especiais, devemos nos perguntar o que temos a aprender com os autistas. Vale lembrar que é exatamente o novo e o diferente que geralmente forçam às transformações sociais mais relevantes da sociedade.

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