Transporte para quem?

O transporte público em Montenegro é um dos grandes motivos de queixas entre cidadãos. Muitos, quando podem, optam por utilizar carro próprio, moto ou até bicicleta. E essa não é uma opção apenas pelo conforto, principalmente quando se opta por carro ou motocicleta, com o combustível se aproximando dos R$ 7,00 o litro. Em alguns casos, não há opção mesmo, já que os usuários se queixam da qualidade do serviço prestado pela empresa. Ônibus que, muitas vezes, deixam a desejar e rotas pouco práticas contrastam com a alegação constante da empresa de que há poucas pessoas utilizando os coletivos para o deslocamento no seu dia a dia.

Nos últimos dias, cidadãos realizam um abaixo-assinado pedindo que a linha das 22h volte a circular na cidade. Um horário nem tão tardio, e que faz bastante diferença na vida de quem estuda à noite – fazendo cursos profissionalizantes, por exemplo – ou trabalha até mais tarde. Temos, como exemplo, uma grande empresa da cidade que precisa fazer adaptações para liberar os colaboradores mais cedo e garantir que, assim, eles não precisem ficar pelo menos 1h30min na parada, à noite, sob o risco de serem vítimas de violência. Da mesma forma, localidades do interior ainda sofrem com a redução das linhas, muitas das quais ainda não retornaram após arrefecimento da pandemia Covid.

Fazia muito sentido, sim, diminuir a circulação de ônibus quando houve bandeira preta e restrições ao comércio, serviços e lazer. Hoje, no entanto, a realidade é outra e os trabalhadores dependem desse transporte. Com o crescimento da cidade e os novos loteamentos que se desenvolvem, é preciso pensar, inclusive, na ampliação das linhas. Esses cidadãos também precisarão ser atendidos. Cabe à empresa respeitar seus usuários. Cabe também ao poder público buscar, junto à Vimsa, uma solução que possibilite o atendimento aos cidadãos.

A tendência, em virtude do preço da gasolina, é investir no transporte coletivo. Espera-se que Montenegro siga neste sentido, e não ao contrário.

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