Tema polêmico em praticamente todas as cidades, o uso de animais para puxar carroças costuma gerar muita discussão, em geral, com argumentos justos de ambos os lados. Entidades protetoras dos animais defendem a proibição imediata do uso de cavalos para esse fim. E têm razão no pedido, em especial porque esses animais, via de regra, não recebem o tratamento adequado, sendo obrigados a trabalhar por muito tempo e sem a devida alimentação, muitas vezes ainda sendo açoitados pelos proprietários.
Por outro lado, há quem lembre – sabiamente – que muitas famílias dependem dos cavalos para se manter. Grande parte dos animais é utilizada por catadores de material reciclável, que não dispõem de outros meios de transporte, seja para trabalhar ou transportar a família. Ambos os lados têm sua cota de razão, mas há de se ter bom senso e encontrar uma alternativa que atenda a ambos. Provavelmente, não com a rapidez que o assunto exige.
A pauta é tão antiga que, na Câmara, passou de pai para filho. Atualmente, o vereador Cristiano Von Rosenthal Braatz (MDB) está lidando com o tema e pretende se inspirar em ações promovidas por municípios maiores – Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo – para propor mudanças por aqui. Vale lembrar, porém, que Montenegro já tem legislação sobre o tema. E que essa, apesar de exigir que os bichos trabalhem ferrados, limpos, alimentados e em estado saudável, está longe de ser cumprida em 100%. Há, até mesmo, previsão de multa, mas, na prática, onde está a fiscalização?
É necessário muito mais do que criar novas leis. É preciso desenvolver senso de respeito, pelo próximo, que está em situação de vulnerabilidade a ponto de depender do animal para ter o sustento. E também pelos animais, que não têm culpa das nossas mazelas sociais.