Passado o período mais festivo do Natal, uma vez que a data se estende, de fato, até o Dia de Santos Reis em 6 de janeiro, Montenegro tem lições que precisa ter aprendido. Antes de qualquer coisa, logicamente, a festa do Cristianismo ensina compaixão, Paz e compartilhamento. Por outro lado, o legado ao município está mais relacionado com sucesso econômico. No caso, estamos falando do primeiro Sonho Encantado de Natal e seus nove dias de alegria e orgulho que desfilaram pela rua central e na principal praça.
A lição primeira é a união entre iniciativa privada e poder público. Do primeiro se faz uso da agilidade em contratar e comprar, além do acesso aos recursos de incentivo à Cultura por meio da Lei Rouanet. Do Município, aproveitaram-se os espaços públicos de lazer e de arte disponíveis, sua gerência sobre estes, assim como sobre o trânsito e suas necessárias alterações. Entregar uma festa de Natal, e com identidade que passe a caracterizar o município, não está entre as obrigações primordiais do Poder Executivo; mas é sempre cobrada com ênfase. Essa saída de somar forças com uma agência de qualidade como a Idealize era evidente, mas ignorado.
Salvos alguns críticos que mantém postura por ideologia, 60.000 cidadãos do Vale do Caí deram seu aval a esta fórmula através de sua presença nos dias de Sonho Encantado. O resultado, que é colhido pela coletividade, faz justiça ao povo desta cidade que trabalha forte, seja na agricultura, no comércio, na indústria, nos serviços públicos. Por falar nesta valorização da mão-de-obra na Cidade das Artes, precisamos ressaltar outro importante aspecto deste formato de realização, que foi a valorização dos talentos locais.
Rara exceção algum contratado de fora, sendo que o restante era gente da terra. Da estrutura e a segurança, passando pelo impecável figurino, a criação artística, coreografia e chegando a cada personagem que desfilou no sonho e atuou no musical Operação Noela, estávamos olhando para um montenegrino igual a nós.
E por mais que soe romântico ser voluntário, durante os seis meses de ensaios e os nove dias de apresentação, os 150 artistas receberam cachês. A valorização não estava apenas em dar o palco, mas também em remunerar seu trabalho. Voltamos ao conceito de justiça ao povo de Montenegro. Ademais, está lançada semente de uma realidade que permite que sonhemos acordados com mais festas de qualidade.