O Hospital Montenegro 100% SUS anunciou a reabertura de quatro leitos de UTI Covid, destinados ao tratamento de pacientes diagnosticados ou suspeitos de contaminação pelo novo coronavírus. A notícia parece boa, mas, na verdade, não é. Significa que nossa situação piorou – e muito – desde meados de outubro, quando essas vagas foram fechadas. Prova disso é que, mal foram reabertos, os leitos já estão ocupados. Isso preocupa, e muito!
Os médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde estão exaustos – física e, sobretudo, emocionalmente. Se normalmente a rotina em um hospital já é estressante, imagina como está agora? Viver no limiar entre garantir a sobrevivência de alguém e correr o risco de ser a próxima vítima de uma doença altamente contagiosa e cuja cura ainda não existe. É, no mínimo, um desrespeito com essas pessoas que não tomemos os cuidados já exaustivamente divulgados pelos setores de saúde.
No mapa do Estado no Distanciamento Controlado, seguimos com nossa região pintada de vermelho, recordando que vidas estão sendo perdidas para esse vírus. Pelas ruas, a ausência da máscara e as atitudes relapsas em relação ao uso de álcool ou aos conselhos de distanciamento social denunciam que estamos cansados de lutar contra um inimigo invisível – mas muito perigoso.
A capacidade técnica e humana está no limite. Em todo o País. Essa não é uma exclusividade nossa, mas, certamente, a responsabilidade é de cada um. Precisamos nos atentar a cada detalhe que possa evitar a disseminação da Covid-19 porque a cada novo recorde de contaminação, estamos mais próximos do colapso. E, se isso ocorrer o problema será muito maior e, certamente, fugirá do nosso controle.
Do ponto de vista do cidadão, a reabertura dos leitos representa um alerta, e não a possibilidade de mais flexibilizações ou falta de cuidados. Sim, é importante podermos manter a máquina econômica girando. Mas, caso não haja atenção aos cuidados básicos de saúde, vamos continuar piorando os casos de contágio pela Covid-19 e podemos até perder o controle da pandemia, a exemplo do que já ocorreu em outros países e em outros estados brasileiros. Precisamos sim, manter a economia, mas não podemos, jamais banalizar a vida a ponto de aceitar perder mais pessoas.
A reabertura dos leitos de UTI no HM são um sinal de alerta para que cuidemos de nós e das pessoas que nos cercam. É preciso se resguardar mais um pouco para que nossos sistemas de saúde também consigam aguentar.