Setembro Amarelo é sobre falar

As dores internas são as que mais fazem sofrer. Por motivos como vergonha, introspecção, para não se tornar inconveniente, algumas pessoas de fato deixam essas guardadas no mais profundo de seu âmago. Não pedem socorro, não buscam conselho; cercados de gente, mas se fazem solitários. O desfecho fatídico pode ser tirar a própria vida, em ato de desespero extremo. Aos familiares e amigos resta a incompreensão e, em alguns casos, a retórica frase de quem a vítima “parecia bem”, de que “não dava nenhum sinal”.

O mês de campanha Setembro Amarelo existe para ligar os alertas, evidenciando sinais que, na verdade, são sutis, quase imperceptíveis, mas estão lá no peito e no rosto da pessoa depressiva. Neste período de conscientização o questionamento que retorna à pauta é sobre o que se pode fazer, seja para confirmar um pensamento suicida, seja para ajudar aquele que dá sinal desta tendência. Antes de comentar sobre estes aspectos, devemos reiterar que estimular ou não impedir um suicídio é crime, com dura punição em nossa lei penal. Não há livre arbítrio neste caso, pois o discernimento da vítima há muito já sucumbiu ao desespero.

Não vamos colocar toda a culpa em nossos dias atribulados, nos quais as 24 horas não parecem mais suficientes, nem na realidade contemporânea de olhos vidrados nas pequenas telas brilhantes dos smatphones. Por mais que esta seja de fato uma realidade, por vezes pode ser usada como justificativa ao pouco valor dado a outro ser humano, ou ao simples fato de não querer o trabalho que dá se envolver. Em algum momento tu te verás frente a frente com um olhar vazio que despertará uma sensação ruim, caso não seja um daqueles com “coração de pedra”.

Percebemos que existe muito de fraternidade envolvido na prevenção. Contudo, quem não percebe a dor que culmina na morte não deve se culpar, pois há momento que o sofrimento é ocultado atrás de um sorriso. Por isso a mensagem do Setembro Amarelo também tenta alcançar as vítimas em potencial, assinalando o direito de estar triste e de pedir acalento.
Aos que não encontram este apoio, talvez por estarem longe de casa, os profissionais da psicologia estão à disposição para lhe ouvir. Não fique sozinho em teus pensamentos.
Tu precisa falar, ser ouvido e respondido com respeito!

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