Sempre os outros

Reconhecer um erro é o primeiro passo para corrigi-lo ou, no mínimo, evitar que se repita no futuro. Em algumas questões muito frequentes no dia a dia, porém, percebe-se claramente que ao invés de corrigir nossas próprias deficiências enquanto cidadãos, fechamos os olhos e colocamos a culpa no outro. E ela, a culpa, sempre passada de mão em mão, não resulta em mudança de comportamento. Exemplo disso estampa as páginas 8 e 9 da edição de hoje. O que será que está mais em falta nas ruas de Montenegro, lixeira ou educação?

Ao caminhar pelas ruas do Centro, é fácil perceber que o lixo é muitas vezes descartado em local inapropriado. A falta de lixeiras é comumente usada como argumento para explicar a imundície. A reportagem, ao contar um a um os depósitos de detritos, confirmou essa falha do poder público. Porém, falta muito mais do que lixeira. Falta educação a quem suja a rua, seja com grandes volumes de lixo ou com um minúsculo papel de bala.

Isso é reconhecido pela população. Os cidadãos sabem que jogar lixo no chão é um hábito que, além de emporcalhar a cidade, compromete o escoamento de água a cada chuva mais intensa que cai. Mas então, por que isso segue ocorrendo. Porque é sempre o outro, o amigo, o vizinho. A resolução dos problemas nunca depende de mim. São sempre os outros os responsáveis. E enquanto seguir assim, seguiremos numa sociedade que clama por direitos, sem arcar com deveres.

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