As notícias sobre a ocorrência de coronavírus na China começaram a chamar a atenção há semanas. O número de casos – e de mortes – cresce e, nos últimos dias, percebeu-se que esse problema já se espalha pelo mundo. Mas pavor mesmo, aqui no Rio Grande do Sul, surgiu quando foi divulgado que já havia um caso suspeito no Estado e esse é de um morador de Salvador do Sul que esteve na China no início de 2020. Mesmo com o Ministério da Saúde já tendo descartado este caso e todos os demais já investigados no país, percebe-se um clima de preocupação na população em geral e também entre médicos e cientistas. Natural, considerando que mundialmente estamos falando de algo novo, desconhecido e de grande letalidade.
Porém, além de ser importante nós gaúchos e todos os brasileiros lembrarmos que não há nenhum caso confirmado por aqui, devemos sempre considerar que o desespero por si só não ajuda em nada. Como os sintomas são muito similares aos de uma gripe comum, é possível que muita gente se assuste em vão, acreditando que possa estar com o vírus. Lembre-se, porém, que só é encarado como possível vítima quem tem os sintomas e esteve na região chinesa onde os casos foram registrados. Sim, é provável que o Brasil venha a registrar casos no futuro, afinal não somos uma bolha no planeta e considerando o grande fluxo de pessoas entre as nações, a transmissão desta e de qualquer doença fica facilitada. Não é pequeno o número de brasileiros que visita a China, ou a França, país europeu que também já registrou a doença.
Porém, essa possibilidade, mesmo se concretizada, não é razão para pânico. Primeiro porque as autoridades médicas do Brasil estão tendo tempo para se preparar para a chegada do vírus aqui e estruturar o Sistema Único de Saúde para a possibilidade de um surto. E também porque já vivenciamos outros momentos tão difíceis quanto e tivemos de aprender a tomar medidas preventivas. Quem não se lembra do surto de Gripe A? Que levou muita gente a andar pela rua de máscara e causou mortes aqui no nosso Estado em 2009? Uma década depois, sobram vacinas contra gripe a cada campanha anual. Ao invés do pânico, melhor usar a sensatez, seguir as orientações médicas e confiar que estas estão atuando com a responsabilidade e competência necessárias.