Se omitir também é uma violência

Ontem começou a Semana de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes em Montenegro. O evento visa discutir a incidência e a prevenção a esse tipo de crime, infelizmente muito comum na nossa sociedade. Os dados são alarmantes: Montenero figura entre os municípios com maior índice de crimes contra o público infanto-juvenil. E 92% desses atos são cometidos por parentes próximos, como tios, pais, padrastos, primos e avôs. Pessoas que deveriam dar conforto e seguranças às crianças, mas são seus algozes.
Romper o silêncio, como foi dito tantas vezes durante a abertura, é fundamental para enfrentarmos, de verdade, essa atrocidade contra nossos jovens. Falar sobre o assunto não apenas estimula as denúncias, mas abre espaços para que as crianças e adolescentes possam denunciar.
Quem não fala, fecha os olhos para algo tão comum e, ao mesmo tempo, horrível. Ao negligenciar esse assunto, se está varrendo a sujeira para debaixo do tapete, normatizando a violência e, o mais grave, protegendo o agressor. Deixar o assunto de lado acaba sendo uma forma de violência contra as vítimas. É um jeito de revitimizar a criança que já foi agredida e violentada; que já está com seu psicológico abalado, sentindo-se desprotegida.
Prova disso é o município vizinho, de Brochier, onde não haviam registros desse tipo de crime. Mas, quando o assunto começou a ser debatido, as denúncias apareceram. Falar sobre o tema é, também, abrir uma brecha para que aquela criança ou adolescente saiba que está sendo vítima de algo muito errado. E que ela tenha força e discernimento para contar às autoridades. É o mínimo que podemos fazer para proteger nossos pequenos.

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