Salário é direito

Como já era esperado, os professores estaduais não aceitaram a proposta do governo Sartori e decidiram pela continuidade da greve iniciada há quase 60 dias. No primeiro encontro realizado por iniciativa do governo, na segunda-feira, o Cpers/Sindicato ouviu a promessa de que os salários poderiam ser finalmente pagos em dia, mas isso ainda dependeria de um possível resultado bem-sucedido da operação da venda do excedente do controle acionário do Banrisul, na Bolsa de Valores, e da adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal dos Estados do governo federal.
Além disso tudo ser uma hipótese, é importante considerar que o salário é um direito de qualquer trabalhador e, portanto, não faz sentido o governo colocar condições para pagá-lo. Isto é uma obrigação do governo, não um favor. E aí se inclui não somente os educadores, mas todos os servidores estaduais que recebem seus vencimentos a conta-gotas, como se fossem uma esmola.
O argumento da falta de dinheiro é antigo. Sartori realizou sua campanha sempre dizendo que não fazia promessas, mas ao menos se esperava que cumprisse com sua obrigação. É comum ouvir que faltam recursos, não só no Estado, mas também em outras esferas. Isso, porém, é no mínimo questionável quando se está num país com uma alta carga tributária.
Pelo volume de impostos que pagamos, além de salário em dia, os professores poderiam ser bem mais valorizados, e ainda deveria sobrar dinheiro para investir em infraestrutura, garantindo melhor qualidade de vida aos gaúchos e demais brasileiros.
O ideal, no entanto, está distante da realidade. O que se vê são os educadores sem o tratamento que merecem e os alunos preocupados com o fim do ano, principalmente aqueles que farão as provas do Enem, que iniciam no próximo final de semana, bem como vestibulares para ingresso na universidade.

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