Rodovias proibidas

Vivemos dias tristes neste setembro, no que tange o trânsito em Montenegro. Especialmente nas rodovias, foram perdidas vidas, em sequência de acidentes que evidenciam precariedade e imprudência. Mesmo que devamos considerar o fato de nossa comunidade estar cortada e cercada por essas vias de alto fluxo, estaduais e federais, não é plausível jogar no cotidiano tantas mortes trágicas.

Especialmente porque este complexo de transporte e circulação deveria ter equipamentos de segurança atrelados ao seu fundamento. Uma análise simplória define este sistema apenas como “caminho para passagem de veículos”. Rodovias que rasgam a cidade ao meio, e que com o tempo cresceram em importância para toda uma cadeia econômica do estado do Rio Grande do Sul.

Mas não é difícil perceber que o elemento ‘ser humano’, sobretudo o popular limitado ao deslocamento a pé ou bicicleta, não foi considerado no cálculo. Essa afirmativa é corroborada pelo choque das duas vidas perdidas em acidentes de atropelamento em pouco período de tempo. Na disputa de espaço sempre será a máquina – conduzida por outro homem – que permanecerá viva.

Ainda que tenhamos por obrigação lógica o dever de somar fatores de imprudência, desatenção e de assumir riscos, não podemos perder de vista a desvantagem ao indivíduo caminhante ou ciclista. Especialmente pelo fato das tragédias nunca acontecerem em espaços repletos de segurança ao seu deslocamento. Sempre são em rótulas, trechos sem acostamento, sem iluminação, sem controlador de velocidade.

Agora Montenegro recebe ainda um ônus relativo ao ver demandas atendidas. Estamos falando o asfalto reconstruído no trecho da comunidade de Muda Boi, que tem sido um convite à velocidade máxima, e algumas vezes acima deste limite. Acontece que apenas o piso foi objeto de reforma, deixando fora os equipamentos ao cidadão desembarcado. Basta lembrar há quanto tempo o bairro Panorama reivindica uma passarela elevada para pedestres.

Mesmo aquele que tem automóvel em algum momento irá apear, sendo então pedestre. Não podemos ter como prioridade somente um caminho de máquinas, sem progresso humano.

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