Uma mudança radical no Código de Trânsito Brasileiro – CTB – passa a vigorar, representando uma busca por paz nas estradas. A alteração afeta unicamente aquele que faz do volante sua ferramenta de trabalho, que viaja para colocar comida na mesa da família, que carrega riquezas do Brasil, sem receber um quinhão justo desta fortuna. Agora, os profissionais deverão apresentar um exame toxicológico válido em qualquer situação de abordagem no trânsito, provando sua idoneidade para rodar neste espaço coletivo.
Uma análise fria confirma que, na verdade, a mudança é muito mais lógica do que radical. Pois o profissional tem esta condição sempre, ainda que esteja ao volante de um Fusca, uma hora ou outra colocará uma carreta de 20 toneladas na rua. Usando ainda a velha máxima “quem não deve não teme”, deve se submeter ao exame a cada dois anos e seis meses, tirando qualquer dúvida que possa pairar sobre seu caráter.
A nova regra não tem nada de absurdo, especialmente se analisarmos os resultados de guerra que todos os anos são registrados no País. Ela chega na esteira do enfrentamento mais rigoroso ao problema que fez surgir a expressão jornalística “violência no trânsito”. Inclusive, o entrevistado do Ibiá (página 6 desta edição), diretor do CFC Vida Segura, José Dantas, falou como Montenegro precisa se entender beneficiada, pois é rodeada por rodovias que são eixo de ligação.
Este rigor é ainda mais significativo se recordamos de tragédias aqui ocorridas, inclusive neste começo de 2024. Cabe ressaltar que não se faz juízo de valor a respeito das causas destas. A intenção é apenas lembrar que vivemos entre corredores de alta intensidade.
Dito isso, ponderemos agora a respeito das outras variavéis. Os profissionais devem ser respeitados, inicialmente no que diz respeito ao cumprimento de jornada de trabalho humana; que significa os contratantes não estrangularem os prazos. Depois, precisam de segurança; que se cumpra a exigência legal de pontos de descanso; que as estradas sejam duplicadas e com asfalto que não seja um destruídor de amortecedores.