A partir da segunda metade do século XVIII, iniciou um período de grandes transformações, que se espalhou pelo mundo e deu início a uma nova era da humanidade. A Revolução Industrial foi, basicamente, o desenvolvimento tecnológico que substituiu a força braçal e suas ferramentas rudimentares, lançando o conceito de fábrica. O pioneirismo dos ingleses ao construírem a primeira máquina a vapor (1698), deixava para trás a ‘idade média’ da produção de tudo aquilo que se necessita.
Talvez para essa geração soe estranho chamar de “tecnologia” uma engenhoca como o trem movido pela queima de carvão. O que é preciso entender é que tudo que representa melhoria na vida das pessoas é um avanço técnico, e mesmo algo construído em madeira é uma “máquina”. Sem estes primeiros passados não estaríamos chegando hoje na tecnologia fina das comunicações e da viagem espacial; tampouco a medicina teria alcançado a capacidade de controlar uma pandemia em pouco mais de um ano.
O surgimento das indústrias dividiu a história. E na segunda parte desta escrita houve mudanças além das produtivas. Novos conceitos surgiram para definir as relações humanas; a moda foi rapidamente imbuída de paradigmas capazes de dividir o social; o capital foi colocado no centro da existência e o consumo passou a ser uma teoria cotidiana.
Neste momento também surgiram noções de cidadania, de profissionalismo e cooperação; deixando as comunidades mais coesas. Uma identidade que deixava de ser baseada no individual para se tornar relacionada com o coletivo criado pela força de trabalho. Muito mais do que tornar produtos acessíveis e trazer conforto, a indústria formava em seu entorno um novo pensamento a respeito das cidades e do pertencimento.
Pois a revolução continua, aprimorando seus métodos produtivos, de forma a buscar eficiência e possibilitar ainda mais o acesso do homem aos bens de consumo. Uma busca que encontra pela frente o desafio de se harmonizar com o Meio Ambiente. A Indústria 4.0 – também chamada de Quarta Revolução Industrial – precisa concatenar inteligência artificial, internet das coisas e outros artifícios digitais com reciclagem da matéria prima, redução de danos e destino correto de resíduos.