Quando não é possível que as pessoas de uma mesma comunidade convivam de forma harmoniosa, na qual todos respeitam o direito do outro, o poder público tem o dever de estabelecer regras de bom relacionamento. É o que ocorre mais uma vez em Montenegro. Após problemas nas redondezas da Pracinha dos Ferroviários e na beira do rio, agora serão fixadas restrições para o Balneário Municipal Afonso Kunrath, o Baixio. A partir deste final de semana, nas sextas, sábados e domingos, está proibido o acesso de veículos no período da noite, das 20h às 8h da manhã. O motivo? Queixas de moradores das proximidades, incomodados com o som alto e atos de vandalismo na região.
É natural que existam diferentes formas de usufruir de um mesmo espaço. Nos finais de semana, alguns querem música, reunião de amigos, diversão e agito. Outros querem descanso, calmaria e oportunidades para recarregar suas baterias. O problema é que uns querem que os outros se privem do seu desejo sem disposição alguma para ceder. A realidade, porém, é que se houvesse um pouco mais de respeito entre as pessoas, proibições legais seriam desnecessárias.
Ninguém tem a obrigação de gostar do estilo musical do vizinho. É necessário aprender a conviver com ele, mesmo que na sua opinião ele não seja adequado. Mas, igualmente, ninguém precisa suportar a música ininterrupta e em volume alto, em horários onde o sossego deve ser preservado. Parece algo simples de resolver, mas as pessoas cujas residências ficam próximas de áreas de lazer, que reúnem grande quantidade de pessoas nos finais de semana, enfrentam problemas justamente por essas questões.
Enquanto os educados entendimentos seguem sem ocorrer, restará à Brigada Militar e à Guarda Municipal fiscalizar a situação. Uma corrente deverá ser estendida no acesso à área de lazer para impedir o tráfego de veículos. Além disso, as autoridades acreditam que a mudança no clima deve favorecer um fluxo menor de pessoas no local durante a noite e, por isso, quem vive naquela região tende a ter um pouco mais de tranquilidade. Tomara que não ocorra apenas uma migração do problema para outra área da cidade, como é bastante comum. Que aprendamos um dia a viver em sociedade.