Não dá pra contar somente com as ONGs no trabalho de resgate animal. É fácil que nos acomodemos com a certeza de que os voluntários da causa darão conta de tratamentos, resgates e acolhimento dos bichos maltratados. Mas eles não dão.
E não é má vontade ou proselitismo. Simplesmente não há braço – e nem bolso – para suprir todas as necessidades no setor. Um grande avanço já ocorreu: há alguns dias, a prefeitura ampliou significativamente o número de castrações. Isso, em longo prazo, tende a reduzir de forma considerável o número de animais abandonados pelas ruas. Contanto, claro, que haja conscientização da população para que os bichinhos deixem de ser largados à própria sorte.
Mas a crueldade com os animais ainda está muito longe do fim, infelizmente. Diariamente há, nas redes sociais pedidos por ajuda, oferta de cães e gatos para adoção ou denúncias de maus-tratos. Os casos de cavalos abandonados pelas ruas também são frequentes. E estes, inclusive, estão entre os mais problemáticos para serem resgatados.
Por serem animais grandes, o espaço para acolhimento precisa ser maior, o transporte deve ser adequado e o tratamento, em caso de doenças ou ferimentos, é muito mais caro. Hoje, o Piquete XV de Novembro, no Parque Centenário, tem servido de abrigo aos cavalos resgatados. Mas as dívidas das ONGs de acumulam – juntamente com novos pedidos de socorro, que chegam a cada dia.
Essas situações causam revolta. É fácil se indignar nas redes sociais. Reagir com um coraçãozinho ou um ícone de “força” às postagens no Facebook e, depois, rolar a página para baixo, seguindo sua vida normalmente, pode até tirar um peso da consciência, afinal, reagimos demonstrando solidariedade. Mas será que isso faz a diferença, na prática? E que tal doar R$ 10,00; R$ 5,00 ou até R$ 1,00 por mês à causa animal? Parece pouco, mas pode ser o valor que estava faltando para bancar o tratamento que salvará uma vida. É preciso, também, denunciar formalmente os casos de maus-tratos e cobrar das autoridades que tomem providências. Somente com a polícia agindo efetivamente nos casos é que haverá redução, de fato, do sofrimento animal.