Dizem os mais experientes que, dependendo da quantidade, o mesmo produto pode ser encarado como remédio ou veneno. É verdade. Por isso, uma clara mudança de comportamento das pessoas é tão preocupante e entrou em discussão nas páginas no Ibiá de hoje: a automedicação. A tendência de se resolver tudo com algumas cápsulas pode custar caro à saúde, além de ser reflexo de um problema social bem mais profundo. O desejo de por fim rápido aos problemas utilizando do mínimo esforço.
Sinais aparecem pelas cidades. Caminhe pelas ruas e observe as fachadas. Você não percebe um aumento no número de farmácias? Essa tendência não é privilégio de Montenegro. Nos últimos anos, o número de farmácias e drogarias aumentou no Brasil. É reflexo não apenas do excesso de consumo de remédios como, também, da flexibilização dos produtos vendidos. Agora esses estabelecimentos vendem cosméticos, perfumaria, produtos de higiene e ortopédicos.
O problema não está no número de estabelecimentos. Até porque o mercado costuma ser rápido em colocar fim nos negócios desnecessários. O perigo está na facilidade em comprar um medicamento que, na realidade, não é necessário. E torná-lo parte da vida como se pegar um analgésico, antitérmico ou anti-inflamatórios na prateleira fosse o mesmo que entornar uma garrafa d’água. Não é. E cultura do remédio em nada colaborará para que tenhamos uma sociedade mais saudável.