Região não aceitará o preço injusto

A audiência pública realizada em São Sebastião do Caí confirma que a comunidade do Vale do Caí não aceitará serenamente os abusivos preços nos dois pedágios. Não deveria de ser diferente, diante desta verdadeira exploração imediatamente na partida da relação da empresa com os cidadãos, que persistirá por anos. O fato é que a privatização aconteceu, está dentro da legalidade, com contrato assinado, tendo sido efetivada após debates públicos e anúncio de privatização no início do primeiro governo de Eduardo Leite. O que ninguém esperava era ter o seu direito de ir e vir taxado com tamanha inflação, especialmente sem a concessionária Caminhos da Serra Gaúcha ter realizado alguma obra de grande porte, capaz de alterar, significativamente, a experiência de rodar pelas rodovias estaduais 240 e 122.

Verdade seja dita, que algumas melhorias podem ser vistas, em especial no pior trecho da RSC-287 na comunidade de Muda Boi, interior de Montenegro. O asfalto ficou ótimo; o acostamento nem tanto, e o espaço para ciclista e pedestres continua inexistente. Mas para os moradores de São Sebastião do Caí desembolsarem em uma ida e vinda R$ 24,60; ao menos deveríamos ver duplicações e elevadas em cruzamentos sendo projetadas.

Está claro que o Governo Leite/ Gabriel Souza permitiu a redação de um contrato “leonino”, no qual a empresa privada tem a possibilidade de primeiro se esbaldar em lucros milionários, para depois melhorar o produto que explora. Em que pese que a sua fonte de riqueza é a vida cotidiana dos cidadãos do Vale do Caí e daqueles que visitam a região, em grande parte, sob obrigações profissionais. As rodovias são apenas o caminho pelo qual passa a riqueza.

Uma indignação que cresce diante da tecnologia que a humanidade alcançou até agora, e que inclusive é presente no sistema Free Flow de cobrança. As imensas praças de pedágio deram lugar aos pórticos de leitura digital; onde a parada nas cancelas acabou e o pagamento não precisa ser mais à vista. Mas o ponto principal está na dispensa de construções fixas e onerosas, permitindo facilmente ampliar os pontos de cobrança ao longo das vias. Assim, resta a pergunta do porquê a CSG não inicia sua operação com uma rede de pórticos Free Flow? Isso torna mais justa a cobrança conforme a circulação, e, certamente, sem reduzir o lucro almejado pelo empreendedor privado.

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