É necessário mudar. Agora, não logo mais. Já! Tem de ser assim porque, dos homicídios que o Brasil registra, 64,09% são de negros. E, segundo o censo demográfico mais recente, 47,5% da população brasileira é classificada como branca. Ou seja, não é uma maioria simples. Tem que mudar porque, na pandemia, cresceu o número de desempregados no Brasil como um todo, mas, não de forma igual. De acordo com dados do IBGE de 2020, no ano, a taxa de desemprego entre as pessoas que se autodeclaravam pretas (17,3%) era 58,7% maior das que se autodeclaravam brancas (10,9%), enquanto a dos pardos ficou em 15,4%. Esse 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, tem de ser de reflexão e de ações para transformação.
Sim, temos avanços. Vemos crianças negras se orgulhando de seus cabelos. Vemos jovens negros galgando espaços em universidades, empresas, governos e instituições. Vemos cada dia mais o povo negro avançando para lugares que são seus de direito, mas para onde o preconceito não lhe permitia seguir. Mas, além de ver, temos que fazer, temos de agir. Realizar mudanças concretas. É o que o Ibiá está fazendo.
Seja no impresso ou no portal, na rádio ou nas redes sociais, cada vez mais a comunidade negra tem recebido nossa atenção. Não se trata de “dar voz”, porque esta a população negra sempre teve e não é nosso papel dar ou tirar de nenhum cidadão. Nosso papel é servir de ponte para que esta voz se torne retumbante na luta por direitos. Estreitando laços com a Cufa nos aproximamos de comunidades onde vive, predominantemente, a população negra, algumas vezes carente de serviços básicos aos quais tem direito. Junto da Associação Floresta Montenegrina conhecemos e mostramos as lutas e as vitórias desta comunidade. A presidente, Letícia Santos, é nossa colunista. Com o movimento Hip Hop registramos uma manifestação cultural que tem origem na comunidade negra e nas periferias. Há muito mais por fazer. O que não podemos é ficar parados, como se não houvesse racismo para combater e preconceito eliminar da nossa sociedade. Vem com a gente!