Reduzir o uso do plástico

A redução do uso de plástico urge em nível global. Relatório da ONU destaca que o plástico representa 85% dos resíduos que chegam aos oceanos e adverte que até 2040, os volumes de plástico que fluem para o mar quase triplicarão, com uma quantidade anual entre 23 e 37 milhões de toneladas. Ainda que haja a necessidade de repensar o uso do material em níveis mais abrangentes, partindo da própria indústria, medidas simples podem auxiliar na redução do poluente de forma local. O Índice de Fabricantes de Resíduos Plásticos estima que, em 2021, foram gerados 139 milhões de toneladas métricas de resíduos plásticos de uso único no mundo.

Esses dados fazem com que a proposta de debater, em Montenegro, o uso de sacolinhas plásticas, possa parecer irrelevante diante de tamanho problema ambiental. Porém, um primeiro passo é necessário e deve partir do local, a exemplo de tantos outros municípios que já debateram o tema Brasil afora. Por um lado, a proibição completa da distribuição de sacolas em estabelecimentos comerciais pode ser um tiro no pé. Isso porque os artefatos são reutilizados por grande parte da população para acondicionar seus rejeitos, e a escassez das sacolas geraria, por consequência, um problema quanto ao descarte do lixo doméstico, sobretudo nas camadas mais pobres da população, que não têm condições de comprar sacos próprios para isso. Por outro lado, o uso de plástico biodegradável é uma medida possível – apesar de mais custosa aos estabelecimentos, sobretudo supermercados. Nesse sentido, a proposição de uma lei, devidamente discutida entre entes públicos e privados, certamente será uma iniciativa de grande valia para avançarmos no tema ambiental.

Mas de nada adianta discutir o uso de plásticos sem uma ampla conscientização da comunidade. A população não pode ser passivamente empurrada para novas medidas sem a plena compreensão da sua importância. É preciso que os consumidores entendam o impacto dos seus hábitos e façam uso consciente das embalagens, tanto plásticas, quanto as retornáveis, muito mais amigáveis à natureza.

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