Recomeço com casa para todos

Para quem não viu as águas caudalosas do Rio Caí levar por diante aquilo tudo que tinha, talvez a promessa do ministro Paulo Pimenta não seja impactante. Mas não devemos esquecer jamais que uma casa representa dignidade humana, independência, e cria uma referência de vida que completa a própria personalidade do cidadão.

A catástrofe climática que ainda castiga o Rio Grande do Sul abarcou todos de forma igualitária, sem distinções entre nível social ou orientação ideológica. Contudo, em momentos de tragédia são as pessoas mais pobres que sofrem o maior impacto. Por muitos anos, ou mesmo pelo resto de suas vidas, serão castigadas pelas mazelas agravadas pelas enchentes.

Assinale-se também que perderam pessoas queridas, o que é insubstituível, para o qual não há projeto de governo. Mas neste contexto vamos falar dos prejuízos financeiros. Ao trabalhador, ou aquele brasileiro em vulnerabilidade social, é quase impossível repor imediatamente sua mobília e os eletrodomésticos, mesmo os básicos para retomar a normalidade da vida de sua família.

Dito isso, admitamos que a reconstrução de uma casa sai totalmente do horizonte de possibilidades desta pessoa. Neste momento é que aparece a mão do poder público, com o governo cumprindo seu papel de trabalhar para atender as necessidades da Nação. Erguer ou comprar uma casa não é um presente, tampouco um simples benefício, representando sim um direito incontestável. Ter um lar é um direito!

A visita de quinta-feira reafirmou um compromisso, que agora se tornou uma obrigação de, no máximo, médio prazo. Também se torna obrigação do Poder Público local, das organizações sociais, da imprensa e dos cidadãos cobrarem celeridade no cumprimento deste projeto. Se não bastasse a satisfação de ver o sorriso retornar ao rosto destas pessoas, sobretudo as crianças, há neste contexto ainda fatores coletivos e que tangem o econômico.

Só há desenvolvimento com o crescimento de todos que compõe a comunidade é uma máxima que não deve ser ignorada, pois a cidade não será plena se ainda convivermos com o quadro nada figurado de “gente morando embaixo da ponte”. Será benéfico a todos se Montenegro não tiver bolsões de miséria agravados pelo descaso, pois a depressão coletiva será capaz de reduzir nossa satisfação de morar aqui.

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