O título deste editorial não visa menosprezar o superávit de R$ 6.549.861,00. Pelo contrário. É merecedor de aplausos o fato de a gestão Kadu Müller, pelo segundo ano consecutivo – ainda mais em um 2020 tão atípico -, ter fechado as contas com valor considerável em caixa. Isso permitirá que Gustavo Zanatta inicie seu mandato podendo fazer planos bem mais generosos para Montenegro. Mas é digna de um orçamento doméstico a exemplicação dada por Antonio Miguel Filla ao Ibiá – secretário da Fazenda das gestões Müller e Zanatta – para explicar o que é ter dinheiro em caixa e o que realmente pode ser encarado superávit. Claro, como todo orçamento deve ser, para que a população entenda como seu dinheiro está sendo aplicado.
Diante de um saldo positivo, começaram a surgir boas notícias aos montenegrinos. Zanatta definiu que quase metade dos R$ 6.549.861,00 será aplicado no projeto de rotatórias para a RSC-287. A proposta está avaliada em aproximadamente R$ 3 milhões, mas é bem possível que sejam necessárias atualizações nos valores. A proposta foi apresenta para a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), responsável pelo traçado, e a Administração Municipal aguarda o retorno. Mas outras importantes melhorias na cidade poderão vir também deste dinheiro “economizado” do orçamento 2020.
É o caso da subestação de energia elétrica para o Parque Centenário. Para quem utiliza o parque diariamente, esse será um grande avanço, já que não é incomum encontrar o espaço às escuras. E mesmo para quem raramente vai ao Centenário, também será importante. Afinal, a cada grande evento, o problema da luz é levantado. São cancelados ou o Município tem de alugar geradores. Cabe destacar que o custo da subestação é estimado em R$ 400 mil. Um valor que, considerando o que sobrou no caixa, parece relativamente pequeno. Além disso, está nos planos a compra de mais um caminhão-pipa. E os moradores do interior – algumas comunidades têm problemas de abastecimento – sabem o quanto esse dinheiro será bem empregado. Se tudo ocorrer conforme o esperado, ainda sobrará dinheiro para outras melhorias pela cidade.
Tudo isso será possível – vamos torcer para que se torne realidade rapidamente – por haver superávit. E aí é hora de novamente lembrar-se do orçamento doméstico. Donas e donos de casa sabem que para fazer sair do papel uma obra em casa, é preciso apertar o orçamento em outras coisas. A gente não pode “tirar” do básico. A família tem de comer. O carro precisa de gasolina. E a manutenção básica do lar vai gerando gastos. Mas, de alguma forma, a gente precisará equilibrar o orçamento. Administrar um município – e, portanto, os impostos de toda uma população – é muito mais abrangente que uma casa, mas os critérios básicos da economia são os mesmos. A realização de uma grande obra e também das pequenas depende de iniciativa política para tirar projetos do papel e, também, da boa gestão financeira. Que os próximos anos sejam de equilíbrio no orçamento e de realizações à comunidade. Os montenegrinos estão mesmo precisando de boas notícias.