Você já deve ter ouvido por aí sobre a “baleia azul”. Também já deve ter visto comentários do tipo é “falta de chinelo e cinta em casa” ou “no meu tempo, não era assim”. Há quem ainda se aproveite do tema do momento para fazer piadas vinculando o “jogo da baleia” com casos de obesidade. Para quem ainda não percebeu, estamos tratando de um tema muito sério, e que requer um pouco mais de respeito e consideração.
São jovens pondo fim à própria vida. Qual a graça nisso? Os casos de suicídio crescem. Em 12 anos, a taxa, na população de 15 a 29 anos, aumentou quase 10%. Se alguém realmente acredita que a solução está em surras, é porque definitivamente não entendeu o que está acontecendo. A solução parece estar justamente no oposto. Filhos que não se abrem e não interagem com os pais e pais que desconhecem a dor de seus filhos constituem o grupo de risco.
Talvez o problema seja descrença. A certeza de que isso jamais chegará na sua família. Egoísmo à parte, vale lembrar que, depois de ocorrido, chorar não apaga a dor. As autoridades lutam para pôr fim ao jogo. Mas “outras baleias” virão, não há dúvidas. E isso acontece porque sempre há quem esteja vulnerável a ponto de aceitar um “desafio” e atentar contra a própria vida.