Por uma cultura doadora

Diante da tirania do individualismo, contra a qual temos todos de lutar diariamente, o escritor português Valter Hugo Mãe ponderou o seguinte: “A agressão é para os fracos. Os verdadeiramente fortes ainda exercem a generosidade”. É neste espírito que o Jornal Ibiá, o Hospital Montenegro e a Fundação Ecarta — entidade instituída pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS (Sinpro/RS) — se uniram e, com o apoio de parceiros que ainda estão chegando, vão lançar o projeto Cultura Doadora, cujo foco é sensibilizar a população quanto à importância da doação de órgãos e tecidos.
Não apenas nosso município, mas todo o Vale do Caí precisam urgentemente colocar este tema em pauta, porque, de um lado, há dezenas de moradores aguardando por um transplante e, de outro (e paradoxalmente), a nossa gente, na hora de autorizar a doação dos órgãos de um familiar que teve morte encefálica, dizem não em 100% dos casos.
No Brasil, a taxa de negativa, hoje em 40%, é considerada alta. Muitas vezes, o não decorre do fato de não ter havido diálogo entre as pessoas. Mas e se você, leitor, precisasse de um órgão, gostaria de recebê-lo para ter uma chance de sobrevida?
Importante lembrar que não é necessária nenhuma burocracia para comunicar que você é doador. Diga a seus pais, irmãos, marido, mulher, filhos. Somente essas pessoas bem próximas é que poderão autorizar, por escrito, a retirada de órgãos em caso de morte. Aproveite o clima natalino que se avizinha e se declare doador. Converse com sua família e se una à cultura doadora. Em vez de intolerância, exerça a generosidade.

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