Por mais transparência

Embora o combate à corrupção tenha sido assunto constante nas rodas de conversas, na imprensa, nos discursos políticos e nas redes sociais, o resultado do Índice de Percepção da Corrupção (IPC) demonstra queda do Brasil no ranking da Transparência Internacional (TI). O país tem a nota mais baixa desde 2012, ano em que houve modificação na metodologia e passou a ser possível um comparativo pela série histórica.
No levantamento divulgado nesta terça-feira, 29, o IPC do país é de 35, número que faz o Brasil ocupar a 105ª posição dentre os 180 países e territórios avaliados. A média global foi de 43 pontos. A análise do estudo demonstra que, apesar dos avanços na investigação e sanção de grandes esquemas de corrupção, faltam reformas legais e institucionais para um resultado mais efetivo e duradouro.
A investigação é fundamental para o combate à corrupção, mas é insuficiente. Além de encontrar “culpados”, é preciso que os condenados cumpram a pena de fato. E a credibilidade no processo de apuração e análise dos crimes depende de transparência, pois do contrário restará sempre a dúvida – e às vezes a certeza – se os interesses políticos de alguns não se sobrepuseram à busca da verdade.
O combate à corrupção depende também de uma mudança cultural, na qual o povo se conscientize de sua participação na construção de um país mais honesto. São muitas as situações do dia a dia em que o “cidadão de bem” demonstra que, caso estivesse no poder, faria o mesmo que aqueles políticos acusados de corruptos. São muitos os exemplos, tais como, perceber que recebeu troco a mais e não devolver; ocupar a vaga de idoso ou deficiente sem fazer parte desse público; aproveitar um acidente para pegar a carga de um caminhão que tombou na estrada; atropelar uma pessoa ou animal e não prestar socorro… E vale lembrar que são essas mesmas pessoas que elegem os representantes do povo na política.

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