Iniciou, em Montenegro, a semana de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A atividade tem como objetivo conscientizar sobre o enfrentamento a esse crime, que muitas vezes é cometido pelas pessoas mais próximas da vítima.
Estima-se que, apenas no Rio Grande do Sul, entre 2015 e 2020, tenham ocorrido 15.020 casos de violência sexual, sendo 76,1% deles contra crianças e adolescentes. Esse dado é ainda mais preocupante quando se considera que há, para além destes, muitos outros casos não denunciados. Isso ocorre por diferentes motivos: medo, desconhecimento, falta de uma referência que inspire confiança à criança ou, em casos mais distantes dos centros urbanos, até a ausência de uma autoridade policial preparada para receber denúncias sobre esses crimes.
A conscientização e as discussões são necessárias para que se crie uma cultura de proteção, principalmente aos mais vulneráveis. Escolas, familiares, amigos e até um desconhecido na rua pode ser a salvação para aquela criança ou adolescente que está sendo vítima de violência ou exploração sexual. Se a nós, adultos, já é difícil denunciar esse tipo de crime, aos pequenos fica ainda mais temeroso. O medo – e até a incerteza de estar sendo vítima de algo ilegal – cresce à medida que o agressor é alguém da convivência diária da criança, como um vizinho, um tio, um amigo da família ou, em muitos casos, até os próprios pais.
Aqui, felizmente, há constante aperfeiçoamento das polícias e de toda uma rede de proteção, que atua também em favor das crianças. Esse evento vem ao encontro desses esforços, para que os casos de violência sejam denunciados, punidos e drasticamente reduzidos. Para isso, é importante unir forças. Polícia, poder público, Conselho, escolas e a sociedade caminhando juntas em favor daqueles que são o nosso futuro.