“Os culpados não são os políticos. Somos nós, que votamos e demos poder para eles.” Essa frase você já deve ter ouvido por aí. Ela é baseada na sabedoria popular e muito verdadeira. Afinal, apesar das reclamações, bons ou ruins, os governantes deste país são representantes eleitos pelo povo. É na hora de votar que se deve pensar muito bem e, assim, evitar problemas e reclamações futuras. Isso também vale para outra eleição muito importante que ocorre neste momento: a do Conselho Tutelar.
A campanha está liberada para os 17 candidatos que foram habilitados após realizarem prova e entregar a documentação exigida para integrar o pleito. A eleição ocorre no dia 6 de outubro e, até a véspera, os que pretendem conquistar uma das cinco vagas podem tentar ganhar o seu voto por meio de diversos tipos de propaganda. Analise, observe, avalie o que eles têm a oferecer e como podem engrandecer o trabalho do Conselho Tutelar. Os vencedores da eleição, por quatro anos, terão a missão de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente do Município. Em tempos de tantas tristezas sociais, com crianças não recebendo o amor e a atenção que merecem desde o berço e com jovens assediados pelo mundo do crime muito cedo, o papel desses profissionais se torna ainda mais relevante.
É assustador que, para muitos, os conselheiros recebam um salário alto – R$ 3.698,20 – como se não fizessem nada. O valor, se alto ou baixo, é uma avaliação particular, que depende da situação financeira de cada um, e que, em se tratando de verba oriunda dos cofres do Município, pode ser questionado como o de qualquer servidor público. O problema está em não se valorizar a função do cargo. Espera-se que esses candidatos estejam cientes do tamanho da sua responsabilidade e que os eleitos trabalhem com afinco, pensando nas crianças. E que os montenegrinos saibam separar os que desejam o trabalho e não apenas o salário ou, ainda pior, a visibilidade para concorrer a outros cargos. Cuidar das crianças é trabalho para gente séria e comprometida.