Às vezes são tantas notícias ruins, de mau uso do dinheiro público, que dá até vergonha de pedir o apoio da população e das empresas locais para o que quer que seja. Mas a verdade é que sem a união das pessoas e da iniciativa privada, sobretudo em uma época de tantas dificuldades, administração pública alguma consegue atingir os objetivos. Isso por duas razões simples. A primeira, mais óbvia, de que qualquer ação depende de recursos e eles são cada vez mais minguados. Resultado? É necessário juntar daqui e dali para somar o valor necessário. Mas, além disso, há a questão da manutenção.
Quando uma prefeitura tem local público depredado, pichado ou deteriorado simplesmente por mau uso, o valor investido ali simplesmente vai pelo ralo. Então, ter o apoio da comunidade em seus projetos é, sem dúvida, um grande passo para qualquer administrador público. E isso, inegavelmente, dá trabalho.
Parece até simplório, mas, nas últimas semanas a administração municipal de Montenegro tem dedicado bastante tempo na visitação de empresas. Claro que, num início de mandato, é natural que ocorram estas visitas, até num sentido de aproximação com as lideranças empresarias que atuam na cidade.
Mas, neste caso, há um tempero a mais. Zanatta está apresentando pessoalmente o projeto “Cidade Limpa” nas empresas em que visita. Este projeto visa a limpeza urbana do município a partir de doação de máquinas e equipamentos. A mão de obra vem dos apenados do regime semiaberto. E o pedido não é apenas para que as empresas ajudem. Qualquer cidadão pode colaborar.
O que chama à atenção nesta iniciativa, também, é que abertamente os líderes do governo reconhecem uma compreensão de que, estando a cidade mal cuidada em seus espaços públicos, há uma tendência das pessoas em se descuidarem de questões que são suas responsabilidades como é o caso de pátios e calçadas. O resultado? Uma cidade mais mal cuidada – e feia, consequentemente – por uma sequência de equívocos. É claro que não podemos jogar nas costas do contribuinte, já tão penalizado, responsabilidades que não lhe cabem.
Mas, há momentos que apenas fazendo além das nossas obrigações é que o coletivo avançará importantes passos. A população tem sim de fiscalizar o que os gestores públicos estão fazendo com o dinheiro que não é deles por direito, apenas lhe cabe administrar, e ter certeza de que este é utilizado com honestidade e responsabilidade. Mas, enquanto fiscaliza, também pode colaborar para que tenhamos, em um prazo menor de tempo, uma cidade mais limpa e melhor para se morar.