Imagina como seria passar dia após dia cuidando de algo, zelar pelo seu trabalho e só colher os frutos dele uma ou duas vezes ao ano? Ou então, pensa em viver dias, semanas e até meses longe de casa e da família, enfrentando os perigos das estradas. Essa é a realidade de milhares de colonos e motoristas, responsáveis por fazer girar grande parte da roda da nossa economia.
Ambos dependem um do outro e, certamente, sem o trabalhador do campo, não haveria alimentos, roupas e tantos outros produtos. E sem os motoristas, quem conduziria toda a nossa produção, nossas compras e vendas? Além disso, há motoristas de vans, que levam os alunos para escolas e universidades, motoristas de ônibus, que conduzem, diariamente, tanta gente ao trabalho, ao lazer e a todo lugar.
Mais do que essa co-dependência, o que une esses profissionais são justamente as características citadas acima: paciência e coragem. Paciência para plantar, regar, cuidar e colher, alimentar animais e para enfrentar os perigos do trânsito – cada vez mais caótico. E a coragem é fundamental para ariscar tudo: seus bens em financiamentos de safra, as plantações em condições climáticas instáveis e a vida, nas estradas desse nosso Brasil. São profissionais que acreditam no seu trabalho e o desenvolvem com sabedoria e respeito. E precisam ser igualmente respeitados.
A última greve dos motoristas – que teve apoio dos colonos em tratoraços organizados – mostrou a importância desses profissionais para a nossa subsistência. Sem motoristas – de ônibus, vans, caminhões, táxis e tantos outros, o País para. E sem os produtores rurais, agricultores e pecuaristas, ficamos sem alimentos. Mais do que fonte de renda, há muita tradição e histórias incríveis nesses profissionais, que muitas vezes herdaram o ofício dos pais e avós, simplesmente pelo amor à lida no campo ou pela estrada. E eles representam categorias que diariamente enfretam inúmeras dificuldades para garantir o bem estar de todos.