Ouçam a comunidade

Na última terça-feira, 22, a audiência pública a respeito da instalação de uma central de disposição de resíduos sólidos industriais em Montenegro movimentou a população. Em especial os moradores da localidade onde o empreendimento pretende se instalar: Pesqueiro. Além da presença de vereadores, a população compareceu no intuito de conhecer o projeto – até então pouca informação se tem – sobre o que ocorrerá próximo de suas casas e afetará suas famílias e, também, marcar sua posição contrária à implantação da central na localidade.

Os moradores do Pesqueiro e de todo Montenegro precisam ser ouvidos. O argumento contrário passa pelos possíveis impactos ambientais que podem afetar as propriedades rurais locais, principalmente na água de arroios e do Rio Caí. Uma questão que permeia frequentemente a fala da comunidade é a falta de explicações, de informações sobre o que, de fato, a empresa colocará no solo montenegrino caso o aterro seja realmente instalado. E o impacto desta ação nos anos vindouros, possivelmente influenciando a produção agrícola e a saúde das pessoas.

Diálogo é importante e, numa ação que mexe tanto na vida das pessoas. O Executivo municipal afirma que não há nenhuma tramitação na cidade para essa instalação e que só irá se manifestar quando tiver informações sobre possíveis dados ambientais. Se a Administração não tem informação, como esperar que a população tenha embasamento para compreender o que está sendo decidido? Causa estranhamento, ainda, por exemplo, o apontamento do vereador Juarez Vieira da Silva de que o licenciamento teria iniciado ainda em 2020 e apenas agora teria chegado ao conhecimento da Câmara de Vereadores. Em meio à falta de informação, o vereador Paulo Azeredo protocolou um projeto de Lei que proíbe a “instalação de empresas que trabalham, processam e armazenam resíduos industriais, líquidos, sólidos, gasosos e do tipo classe 1, oriundos de outros Municípios, Estados ou Países” em Montenegro, que ainda terá de tramitar.

Não se trata de demonizar esta ou aquela empresa. Temos sim que ponderar, com informações claras, quais são os reais riscos. Mas, para isso, tem de haver clareza no que está em jogo e respeito à posição da comunidade.

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