Você já deve ter ouvido a expressão “devolve para os índios” em referência ao Brasil, nem sempre bem cuidado pelo seu povo e, principalmente, pelos que decidem o rumo do país. Apesar do tom de deboche, há sim um profundo senso de verdade na expressão. Os índios já estavam aqui quando do descobrimento do Brasil, foram nossos primeiros habitantes e merecem mais respeito. O Dia do Índio é 19 de abril e por isso uma série de atividades ocorre com a Semana de Conscientização sobre os Povos Indígenas, promovida pela Prefeitura de Montenegro e a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Câmara de Vereadores. Deveria, porém, haver respeito o ano todo.
A sociedade urbana, do alto de uma prepotência cultural, trata as dezenas de tribos existentes no Brasil como se fossem uma massa única. São “os índios” e devem ficar escondidos, torcendo para que o pequeno espaço – da sua casa – que lhe foi resguardado não seja tomado a qualquer momento. Eles não são uma massa única. Cada tribo tem as suas características, cultura, alimentação, danças, artesanato, história. Guarani, Ticuna, Caingangue (muito presentes no Rio Grande do Sul), Ianomâmi, Xavante e Potiguara, apenas para citar algumas das maiores e mais populosas tribos do Brasil. Quem mais perde por desconhecer tudo isso são os brasileiros em geral, que deixam de apreciar todo o conhecimento destes povos.
Assim como valorizamos a importância dos imigrantes portugueses, alemães e italianos, entre outros, tão presentes na nossa história e costumes atuais, a de se dar a devida importância aos ensinamentos daqueles que já habitavam essa terra. E sua presença na nossa vida é tamanha que às vezes nem percebemos. Cada vez que um gaúcho bebe aquele mate em família, está repetindo um costume indígena. Os melhores hábitos alimentares preconizados hoje pelos médicos já eram praticados nas tribos, que tiravam da natureza tudo o que consumiam e sabiam cuidar dela. Se dependesse dos índios, certamente, nossos oceanos não estariam morrendo devido ao plástico e nosso ar seria mais puro com florestas preservadas. Quem é mesmo o “povo desenvolvido” e quem precisa aprender a viver em sociedade?