Na última semana, os moradores de Montenegro perderam uma oportunidade e tanto. Se não há dinheiro sobrando e, por outro lado, temos necessidades em cada esquina, qual a razão para – quando há possibilidade de chegada extra de recursos – a população não abraçar a ideia? É difícil compreender que num momento de recursos tão escassos, a comunidade não se una para trazer à cidade dinheiro que pode fazer toda a diferença. É possível afirmar isso porque o Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) do Vale do Caí anunciou na manhã desta sexta-feira, dia 6, quais foram os projetos mais votados pela população da região na Consulta Popular deste ano. Mas Montenegro ficou de fora.
Ficou em primeiro lugar o projeto de criação de redes de cooperação para preservação de água, com a implantação de açudes e compra de cisternas para irrigação das propriedades produtivas nos Municípios do Vale do Caí, com 1.448 votos. O segundo projeto que mais recebeu a votação dos moradores da região, com 1.323 eleitores, é o que prevê o aumento da capacidade das rodovias regionais, com elaboração do anteprojeto de construção da ponte ligando o Vale do Caí à Serra Gaúcha. A questão é que, apesar de a região ter atingido o percentual mínimo de 2% de votação, algumas cidades do Vale do Caí não alcançaram esse patamar. E este é justamente o caso de Montenegro, onde a participação foi de 1,42%. Por isso, a Cidade das Artes foi considerada desclassificada para participar do recebimento da verba do projeto mais votado. O percentual de 2% parece tão baixo para algo tão relevante que se torna inaceitável termos este resultado. O maior percentual de votação foi registrado em Maratá, onde 14,12% dos votantes participaram da Consulta Popular.
É preciso destacar que a votação era totalmente digital, sem exigir que ninguém se expusesse ao coronavírus, filas ou qualquer outra dificuldade que impedisse a participação do cidadão. É claro que precisamos considerar as dificuldades pelas quais todos passam neste 2020 tão atípico. Mas o fato é que perder oportunidades como essa implica na falta das melhorias às quais o recurso se destinava. A participação da população em todas as escolhas nas quais temos a oportunidade de dar opinião é a única maneira de exercemos nosso poder de resolver problemas da comunidade. Tomara que, no pleito do próximo domingo, 15, a população montenegrina manifeste mais carinho com a cidade, comparecendo às urnas e votando com responsabilidade.