O que a Favela tem a dizer

Por mais que vivamos no século online, ainda há segmentos sociais que estão mudos. Mas não é apenas o caso de ter acesso à internet, às redes sociais, pois estes não conseguem se fazer ouvir de forma presencial e definitiva. Onde tudo é decidido em reunião, seminários, congressos, a periferia pobre é colocada à margem do processo de debate das mazelas da sociedade onde estão meramente inseridas como eleitores e funcionários. Mas no Brasil este grande grupo cidadão tem o megafone da Central Única das Favelas, a Cufa.

Este organismo social reconhecido pelas Nações Unidas (ONU) se solidifica como o mais organizado catalisador de anseios humanos das comunidades mais pobres; ou ainda abaixo da linha da pobreza, em vulnerabilidade social e em risco alimentar. O leque que abre ainda coloca no centro de atenções as mulheres, as crianças e adolescentes, os negros, e a comunidade LGBTQIA+. Todos têm muito a falar; e nem sempre reivindicar, mas também sugerir soluções. A favela já provou que é efervescente em iniciativa, empreendedorismo e cultura.

Neste mês de julho, as unidades da Cufa realizam suas conferências Internacionais das Favelas, em uma primeira edição que marca mais um braço de mobilização se consolidando. Primeiramente, observe que essa ação vem sob a definição de “espaço de troca e construção coletiva”, mantendo sua característica primordial de espaço democrático.

Então entra em ação a 1ª Conferência Internacional da Cufa Montenegro, e o protagonismo é inteiramente assumido pelas mulheres de suas periferias. Além da manutenção da mais forte característica desta unidade, que repercute na Cufa Nacional, essa confirma a lideranças delas, especialmente as mães, provedoras da vida e da sobrevivência das crianças da classe predominante, mas desprovida.

Também não surpreende as demandas discutidas, como saneamento básico, vagas em creches, acesso à Internet e ao transporte público de qualidade. Nada que já na tenha sido bradado pelas vozes periféricas, mas que ainda necessita ser repetitivo sobre onde o Poder Público falha. Pois a aclamada “potência da favela” pode ser vista nesta lista, que busca a melhoria coletiva para acesso ao Conhecimento, Saúde, Trabalho, Lazer, Segurança, resultando em Respeito às comunidades.

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