Algumas pessoas desprezam a política porque têm a convicção de que qualquer um, depois de receber o voto de confiança da população e chegar ao poder, facilmente se corrompe e se torna condescendente com os malfeitos que deveria combater. De fato, isso ocorre com grande frequência, tanto no Executivo quanto nos legislativos em todos os níveis. Contudo, como toda regra, existem exceções, mas a má fama é tão grande que temos dificuldade de enxergar, de separar o joio do trigo. Para isso, existem dois remédios. De um lado, fiscalização; de outro, transparência.
Na semana passada, a Câmara de Vereadores de Montenegro, através de sua assessoria de comunicação, passou a transmitir as sessões, através de seus canais na internet e nas redes sociais. Equipamentos de filmagem foram instalados no plenário, permitindo ao público assistir, em tempo real, o que os nossos representantes dizem e debatem durante as sessões. No primeiro dia, com o sistema funcionando em caráter experimental, a audiência foi ainda bem baixa, mas, à medida que a sociedade passar a conhecer essa ferramenta, com certeza, mais gente estará de olho.
Se a política se tornou algo ruim é porque a maioria deixou de exercer o seu dever de fiscalizar os agentes públicos. Muitos de nós acreditam, equivocadamente, que nossa participação começa e termina no voto, do qual, inclusive, grande parte dos brasileiros se omite a cada pleito. Nada disso: ir às urnas é apenas o primeiro passo de uma caminhada que não tem fim. É preciso acompanhar o trabalho do prefeito e dos vereadores, principalmente, porque de suas decisões depende o nosso dia a dia.
Caso você nunca tenha pensado nisso, que tal começar nesta quinta-feira, a partir das 19h? Pode não ser o melhor dos programas, mas assim com manter a saúde exige atividade física, a Democracia requer acompanhamento e fiscalização. No mínimo, será o primeiro passo para, em 2020, não cometer o mesmo erro caso o vereador que você elegeu em 2016 não esteja correspondendo às suas expectativas. Como dizia o filósofo Platão, “o castigo dos homens bons que não fazem política e ser governados pelos maus”.