Conhecer a história e criar referências é um dos primeiros passos para alicerçar uma sociedade consciente de sua identidade, características e particularidades. O orgulho de ser quem somos é a base para fortalecer o senso de pertencimento e coesão social. A história molda a identidade de um povo e orienta o desenvolvimento da sociedade, refletindo suas lutas, conquistas e transformações.
Nesse dia 25 de julho, quando se celebra o Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha, além dos 200 anos da Imigração Alemã no Brasil e o Dia do Colono e Motorista, dois grandes eventos reforçaram o senso identitário da nossa população. De um lado, os descendentes de alemães cultuaram sua história, compartilhando memórias e apontando fatos sobre o lugar de onde seus antepassados vieram. De outro, os negros celebraram sua ancestralidade e reforçaram a busca pela coletividade que lhes é característica, a fim de resgatar sua identidade cultural, historicamente esmagada e negada.
O ponto de convergência entre esses eventos é justamente a preservação cultural através da arte, música, culinária e debates. Mas não se pode deixar de referenciar as discrepâncias. Entre os alemães, a tradição se mantém de geração em geração, perpetuada através do idioma, do reconhecimento territorial e da recuperação da história familiar que remonta a regiões específicas do país europeu. Já aos negros, a cultura é de resistência ao apagamento étnico e social que, muitas vezes, é reforçado pela ausência do estado nos teritórios ocupados por esses povos. A história, aqui, é de resgate e construção de uma identidade coletiva permeada por experiências atravessadas pela violência e pela necessidade de afirmar o próprio direito de existir.
Ambos eventos reforçaram a necessidade de celebrar quem se é. Através da história, os indivíduos podem identificar-se com um legado comum, uma coesão através da qual reivindicam seu lugar de direito na sociedade atual. Através da educação histórica também é possível reconhecer e valorizar as contribuições de diversas culturas para o desenvolvimento social. Pois neste mundo cada vez mais globalizado, a capacidade de reconhecer e respeitar a diversidade é fundamental para a convivência pacífica e o crescimento conjunto.